Sistema da ADENE em baixo há duas semanas. Agência emite manualmente documentos energéticos.
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O sistema informático da ADENE - Agência para a Energia sofreu um ataque informático, no passado dia 16 de maio, que obrigou à intervenção de uma equipa especializada e impôs a emissão manual de cerca de seis mil certificados energéticos. Por esse motivo, não estão online os certificados emitidos desde meados do mês passado. No entanto, de acordo com fonte oficial da ADENE, a normalização do sistema está apontada para o início desta semana.
"A ADENE confirma ter sido alvo de um ataque a 16 de maio, o qual afetou os serviços informáticos e o seu normal funcionamento da plataforma para emissão de certificados energéticos", adiantou fonte daquela entidade, responsável pela emissão dos documentos obrigatórios, desde 2009, para a celebração de contratos de compra e venda - para casas usadas e novas - ou para o arrendamento de imóveis.
De acordo com a agência, o incidente foi comunicado "de imediato, às entidades competentes, tendo sido tomadas todas as medidas de segurança necessárias a mitigar os danos causados pelo mesmo". A mesma fonte não precisou a dimensão dos danos ou o motivo pelo qual o restabelecimento do sistema ainda não tinha ocorrido até ao final do dia de sexta-feira passada.
"Os peritos qualificados e restantes dependentes da emissão dos certificados energéticos foram informados e foram encontradas medidas alternativas de modo a abreviar este constrangimento", acrescentou a referida fonte da ADENE, que confirmou a emissão manual de cerca de seis mil certificados.
Plano de contingência
"Não foram passados à mão, estão registados informaticamente, mas não entraram diretamente no sistema", precisou a mesma fonte. No site onde podem ser pesquisados os certificados energéticos emitidos no país (www.sce.pt), entre um total superior a 1,8 milhões de documentos, é possível confirmar que o mais recente data de 15 de maio. Ainda assim, "apesar de todas as limitações, o prazo de disponibilização dos certificados, desde que implementado o plano de contingência, tem sido o usual", assegurou a ADENE.
Os ataques informáticos no país duplicaram no ano passado, com um registo de 1418 incidentes graves. Os números são do "Relatório Cibersegurança - Riscos e Conflitos 2021", produzido pelo Observatório do Centro Nacional de Cibersegurança. Os ataques visaram bancos, fornecedores de serviços de Internet, infraestruturas digitais, transportes, educação e 31% tiveram como alvo entidades públicas.
Seis mil certificados tiveram de ser emitidos manualmente desde 16 de maio, devido ao ataque informático. Segundo a ADENE, não houve atrasos.