Sindicato da PSP admite "ponderar" protestos após chumbo de aumento de subsídio
O chumbo, esta quinta-feira, na Assembleia da República de um aumento de 400 euros no suplemento de serviço e risco das forças de segurança foi recebido com um misto de indiferença e revolta pelos polícias e guardas que permaneciam ainda no exterior do Parlamento, em Lisboa.
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Aos jornalistas, o vice-presidente do Sindicato Independente dos Agentes da Polícia (SIAP), que esteve entre o meio milhar de profissionais que assistiram ao debate nas galerias do hemiciclo, admitiu a possibilidade de marcação de protestos pela atribuição do suplemento. "Resta-nos ponderar se não seria tempo de os polícias regressarem à luta", afirmou Rui Neves.
Embora o debate desta quinta-feira tenha sido agendado pelo Chega, também PCP e PAN apresentaram projetos de lei que visam responder à exigência das principais estruturas sindicais da PSP e da GNR de um aumento faseado até 2026 de 400 euros mensais brutos - e não de 300 euros, como propôs o Governo - no suplemento de serviço e risco das forças de segurança. Os diplomas contaram, porém, com o voto contra de PSD, PS e CDS-PP e foram, por isso, chumbados. A medida aplicar-se-ia também aos guardas prisionais.
"Estamos naturalmente desapontados, naturalmente desiludidos, mas não vamos baixar os braços", desabafou o vice-presidente do SIAP.
O presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional falou igualmente num "sentimento de revolta e desilusão". Ainda assim, Frederico Morais afastou, para já, o agendamento de protestos, por estarem a decorrer negociações com o Ministério da Justiça.
As conversações têm decorrido em paralelo com as que têm ocorrido entre o Ministério da Administração Inerna e as estruturas sindicais representativas da GNR e PSP. Neste último caso, a próxima reunião está agendada para terça-feira, 9 de julho de 2024, apesar de, já esta semana, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, ter garantido que não irá adicionar "nem mais um cêntimo" à proposta de 300 euros apresentada.