O presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) congratulou-se por os processos disciplinares sobre a fuga em Vale de Judeus afastarem qualquer eventual cumplicidade dos guardas na evasão dos reclusos. O advogado dos sete guardas frisou a normalidade do procedimento disciplinar.
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Para Frederico Morais o relatório elaborado pelo Serviço de Auditoria e Inspeção (SAI) da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) deixa claro, com "muita evidência", que não houve qualquer tipo de comparticipação ou cumplicidade dos guardas na fuga dos cinco reclusos de Vale de Judeus.
Na sequência do relatório vão ser abertos oito processos disciplinares contra guardas prisionais, incluindo o chefe da guarda e um chefe de ala por violação dos deveres gerais de prossecução do interesse público, zelo e lealdade. Será ainda aberto um processo disciplinar contra o próprio diretor da cadeia.
O presidente do SNCGP explica que a instauração dos processos disciplinares é "uma situação normalíssima e o facto de neles constar a atribuição de responsabilidades ao então diretor (em substituição) da prisão e ao chefe da guarda vem demonstrar que o SNCGP tinha razão em dizer que o número de guardas de serviço no dia da fuga era insuficiente".
"Os guardas eram insuficientes e o relatório confirma isso", sustentou o presidente do SNCGP, acrescentando que o sindicato vai agora "aguardar a parte disciplinar" relativa aos sete guardas também visados.
Advogado diz que é um "procedimento normal"
O advogado dos sete guardas prisionais alvo de processos disciplinares na sequência da fuga da prisão de Vale de Judeus, prometeu que vai "apreciar e responder em conformidade" às imputações de violação do dever de zelo.
Em declarações à agência Lusa, Pedro Proença confirmou que os sete guardas prisionais que representa enfrentam agora processos disciplinares por violação do dever de zelo, pelo que "vai haver uma nota de culpa", a qual será "apreciada e respondida em conformidade".
O advogado considerou que se está perante um "procedimento normal" e valorizou o facto de no relatório que serviu de base aos processos disciplinares instaurados pelo Ministério da Justiça "nada apontar para qualquer espécie de comparticipação" dos guardas prisionais na fuga de cinco reclusos de Vale de Judeus, em setembro passado.