Suspeitas de “saco azul” no PSD Madeira levam PJ a prender oito políticos e empresários
A Polícia Judiciária deteve, na manhã desta terça-feira, oito pessoas entre autarcas, ex-secretário do Governo Regional da Madeira e titulares de altos cargos públicos do PSD local, além de empresários e funcionários públicos. Em causa estão suspeitas de financiamento ilegal do partido para campanhas locais.
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No total foram realizadas 43 buscas, duas delas nas câmaras do Funchal e da Calheta, onde o atual presidente da autarquia, Carlos Teles, foi detido, de acordo com informações recolhidas pelo JN.
Também o ex-director regional da Agricultura, Paulo Santos, o ex-secretário regional da Agricultura, Humberto Vasconcelos, assim como dois empresários estão entre os detidos. Duas funcionárias ligadas à Secretaria Regional da Agricultura foram igualmente presas
Além destes, a operação visa também pessoas próximas do presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque. Segunda a CNN são o seu ajunto, Miguel Silva e o responsável financeiro do PSD local, Armando Abreu.
A investigação acredita que os responsáveis políticos receberiam dinheiro destinado a financiar as despesas de campanhas eleições regionais e locais, em troca de favores ou mesmo adjudicações.
"Sob investigação estão, pelo menos, 25 procedimentos concursais realizados entre 2014 e 2020, envolvendo, sem IVA, um montante total superior a um milhão de euros", adianta o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional de Lisboa que precisa ainda existirem suspeitas "de simulação de procedimentos e de empolamento de custos nos procedimentos adjudicados de forma a saldar dívidas de um partido político resultantes de campanha eleitoral".
A PJ que está a realizar as buscas com 110 elementos explica que o inquérito versa sobre crimes de participação económica em negócio, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, prevaricação e financiamento proibido de partidos políticos.
“A investigação, desenvolvida pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção e pelo Departamento de Investigação Criminal da Madeira, iniciou-se em 2020, sobre condutas consideradas como criminalidade altamente organizada”, adianta ainda a PJ, que batizou a operação de “AB INITIO”.