Jovem foi torturado por amigos do rapper por acreditar que participara no crime, mas suspeitas foram entretanto afastadas pelo Ministério Público. Polícia Judiciária está a investigar.
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Um jovem considerado suspeito no envolvimento da morte do rapper Mota JR, pelos amigos do músico, foi raptado poucos dias depois do crime e agredido violentamente durante horas numa casa.
A vítima foi raptada na via pública, em Lisboa, e levada numa viatura para uma casa, onde foi fechada num armário e espancada com um pau de vassoura. A participação do jovem na morte do rapper foi entretanto afastada pelo Ministério Público (MP) e a Polícia Judiciária (PJ) está a investigar na tentativa de identificar os autores do rapto.
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Os suspeitos queriam vingar a morte do rapper Mota JR, vítima de uma cilada mortal à porta de casa no concelho de Sintra e deixado na Serra da Arrábida, em Setúbal. O corpo ainda não tinha aparecido no dia do rapto do jovem, mas já circulavam nas redes sociais as fotografias dos autores do crime.
Durante o rapto e agressões violentas, os indivíduos chegaram a enviar mensagens para uma rapariga que atraiu o rapper para a cilada mortal. Queriam que a jovem fosse em auxílio do rapaz, mantido em cativeiro. Mas esta temeu pela própria vida e não compareceu. O jovem foi depois solto e dirigiu-se ao hospital para receber tratamento e apresentar queixa.
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O caso do rapto foi comunicado à PJ de Lisboa que está a investigar, mas ainda não foram efetuadas detenções, informou ao JN a Procuradoria-Geral da República.
O julgamento do homicídio de Mota JR decorre atualmente no Tribunal de Sintra, onde João Luízo, Edi Barreiros, Fábio Martins e Catarina Sanches respondem pela cilada mortal, montada para roubar o ouro que o rapper ostentava nos vídeos musicais.
Os arguidos remeteram-se ao silêncio no início do julgamento, onde foram ouvidas as declarações prestadas quando foram detidos. Nestas, João Luízo diz que estava a jantar com a tia na noite do desaparecimento de Mota JR, a 14 de março de 2020.
O rapper foi surpreendido à porta de casa em São Marcos, Cacém, enquanto estava com Catarina Sanches. Tentou defender-se e mordeu Edi Barreiros na mão, mas não resistiu às violentas agressões. Foi estrangulado e agredido até à morte.