Técnica municipal alertou autoridades para raparigas trancadas em casa em Setúbal
Uma técnica municipal na autarquia de Setúbal dirigiu-se, na tarde de terça-feira, ao bairro das Manteigadas, para informar um inquilino que não tinha direito à habitação municipal que ocupava ilegalmente e deparou-se com duas jovens, de 18 e 19 anos, trancadas no interior.
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Foi esta técnica que informou a PSP de que as duas raparigas se queixavam de não ter comida e bebida e de estarem privadas da liberdade naquela casa, o que levou as autoridades ao local e a forçar a porta de entrada.
As raparigas queixaram-se de estar fechadas contra a sua vontade durante uma semana, ameaçadas com uma arma para ter relações sexuais com o raptor. No entanto, a investigação da PJ descartou o cenário de sequestro, visto que foram a Cascais e à praia sozinhas durante esse período de tempo.
O caso ocorreu na passada terça-feira, num apartamento municipal na Rua do Cercal, em Setúbal. Uma técnica da autarquia deslocou-se ao local para informar o inquilino que ocupava o apartamento de que teria que sair, visto que essa habitação municipal tinha sido atribuída à sua mãe, entretanto falecida. O homem tinha feito uma puxada ilegal de eletricidade, não tinha água canalizada, mas tinha no interior alguns móveis e televisão.
Numa primeira análise ao caso e de acordo com as primeiras diligências no local pelas autoridades, julgou-se que as jovens amigas tinham sido mantidas em cativeiro, privadas de água e comida por cerca de cinco dias. Uma delas até teria sido vítima de abusos sexuais.
A Polícia Judiciária de Setúbal foi acionada pela PSP por se tratar de um crime da sua competência para investigação e, após várias diligências, foi afastado o cenário de sequestro. As duas amigas, que pertencem a agregados familiares bastante desfavorecidos e sem abrigo, pediram ao homem que as deixasse ficar naquela habitação e assim aconteceu durante sete dias. Nessa semana, as duas aproveitaram dias de praia e chegaram a ir sozinhas a Cascais, onde apresentaram queixa na PSP por terem sido assaltadas na via pública.
No dia em que foram resgatadas, as raparigas estavam de facto trancadas em casa. O homem terá saído de casa, trancou a porta e deixou-as no interior. Quando foram resgatadas pela PSP, afirmaram que estavam trancadas há vários dias, sem comida nem bebida, e que foram ameaçadas com arma de fogo para ter relações sexuais com o seu alegado raptor.