Os funcionários da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) estão cada vez mais stressados, exaustos e insatisfeitos com a carreira, a remuneração e a sobrecarga de trabalho.
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Estas são as principais conclusões de um estudo exploratório desenvolvido pela Associação Sindical dos Profissionais da Inspeção Tributária e Aduaneira (APIT). Os dados não surpreendem o presidente da APIT que, ao JN, diz que só vêm confirmar as comunicações que lhe têm chegado de “vários colegas de todo o país”.
“A motivação é reduzida, há um sentimento de injustiça e uma descrença em relação à direção da AT e aos governos que não têm tido qualquer atenção”, afirma. Nuno Barroso diz que também que “não há qualquer iniciativa” por parte destes intervenientes em “minorar ou reverter estes efeitos”.
Saídas preocupam
Questionado se houve alguma conclusão do estudo que o surpreendeu, o presidente da APIT elenca como “preocupantes” as intenções de saída da organização: “São reflexo da desmotivação que grassa na AT. Neste momento, temos uma entrada por cada quatro saídas”.
De acordo com aquele responsável sindical, há serviços de Finanças no interior do país “reduzidos a duas, três ou quatro pessoas” e que, dos três mil inspetores, apenas um terço faz inspeção, uma vez que há trabalhadores a serem deslocalizados para outros serviços. “O Estado andou a investir na formação de três mil profissionais e apenas aproveita mil para fazer o combate à fraude e à evasão fiscal”, concluiu.