MP fala em desvio de 94 686 euros. Arguido só confessa 6450.
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O antigo tesoureiro da Associação Cantadores do Desassossego, um grupo coral de Beja, assumiu em tribunal que utilizou "indevidamente o dinheiro da instituição", mas apenas a quantia de 6450 euros. O Ministério Público acusou o arguido do crime de abuso de confiança agravado, mas por o arguido, alegadamente, ter desviado o montante de 94 686 euros.
"Paguei água, luz e várias despesas do meu dia a dia. Quando me foi pedida a documentação e o dinheiro, eu não tinha para o repor", declarou ao Tribunal de Beja Miguel Pavia, justificando a quantia de 6450 euros. Quanto aos restantes 88 236 euros (a diferença entre 6450 e 94 686), o arguido disse que, na associação, "era o tesoureiro, o manager, fazia tudo". Ou seja, sugeriu que pagou despesas naquele valor, mas por conta dos Cantadores do Desassossego.
"Não quis prejudicar ninguém e fui gerindo assim o dinheiro", afirmou ainda Miguel Pavia. "Nunca pensei que o dinheiro fosse meu. Eu fazia a gestão e fui gerindo assim, foi um engano da minha parte", assumiu.
Miguel Pavia foi afastado da função de tesoureiro e do grupo, numa assembleia-geral em 11 de janeiro de 2020.