Três dos quatro estivadores que prestavam serviço no porto de Leixões e que foram detidos pela Polícia Judiciária do Porto, em flagrante, quando retiravam cerca de 100 quilos de cocaína de um contentor vão aguardar julgamento em prisão preventiva.
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O quarto estivador que também foi detido por suspeitas de ter sido contratado por cartéis de droga vai aguardar o desenvolvimento da investigação com a obrigação de apresentação periódica às autoridades, por decisão do juiz de instrução criminal Pedro Miguel Vieira.
Recorde-se que os quatro suspeitos foram detidos na noite da última segunda-feira quando se dirigiram ao contentor sinalizado e que já estava armazenado no porto, retiraram os cerca de 100 quilos de cocaína do seu interior, porém, quando se preparavam para transportar a droga para o exterior do porto, foram detidos pelos inspetores da Polícia Judiciária.
Todos portugueses, trabalhavam há vários anos como estivadores, mas nenhum deles era funcionário com vínculo à empresa que gere o porto de Leixões. Ainda assim, tinham acesso regular à infraestrutura portuária e muitas vezes ajudavam a descarregar os milhares de contentores que, diariamente, ali chegam.
A investigação da Polícia Judiciária do Porto, que se prolongou pelos últimos meses, apurou que os estivadores também não eram membros de nenhum cartel, mas eram contratados por diferentes redes criminosas, para retirar a cocaína dos contentores que chegavam a Leixões, oriunda da América do Sul.
A cocaína apreendida, apurou o JN, foi escondida no contentor ainda no Brasil e transportada para Portugal sem que a empresa que o encomendou tivesse conhecimento. Este método, denominado de rip on/rip off, é frequentemente usado pelos cartéis dedicados ao tráfico internacional para tentar ludibriar as autoridades policiais.