Três portugueses estão a ser investigados no âmbito do desmantelamento de uma alegada rede criminosa que operava na Galiza e no Norte de Portugal para fornecer lanchas para o narcotráfico, revelou fonte da Guardia Civil espanhola.
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O comandante da Guarda Civil de Ourense, Rafael Bergillo, revelou ao final da manhã desta sexta-feira, que as "lanchas voadoras" eram usadas não só para o narcotráfico, como para transportar imigrantes ilegais, em ambos os casos no Estreito de Gibraltar.
A operação "Vodka" decorreu principalmente na Galiza, com seis detidos, por suspeitas de tráfico de droga e de pessoas, que foram presentes na manhã desta sexta-feira, ao Tribunal de Ourense, não tendo havido ninguém detido em Valença, durante as buscas.
Além dos cinco detidos, foram colocadas sob investigação mais cinco pessoas, três das quais de nacionalidade portuguesa, por serem "presumíveis autores dos delitos de pertencer a uma organização criminosa, branqueamento de capitais e tráfico de drogas", descreve a Direção Geral da Guardia Civil espanhola em comunicado.
"A organização operava entre a província de Ourense e o Norte de Portugal, a partir de onde fornecia os motores e lanchas a organizações da zona do Estreito de Gibraltar que os utilizavam em tráfico de droga e no transporte ilegal de imigrantes", descreve a Guardia Civil, que atuou com a autoridade tributária espanhola, em colaboração com a Polícia Judiciária (PJ) de Braga.
Durante a operação, constatou-se que "várias das embarcações fabricadas pela organização estão ligadas com a apreensão de mais de quatro mil quilos de cocaína e quatro mil de haxixe no Estreito de Gibraltar e em águas internacional", acrescenta a Polícia espanhola.
As autoridades apreenderam 30 mil euros em dinheiro, oito barcos, 25 motores de grande cilindrada, material náutico, radares GPS, antenas e diversa documentação, computadores e terminais móveis, acrescenta o comunicado da Guardia Civil.
A polícia espanhola acredita que a alegada organização criminosa usava "o dinheiro obtido com o branqueamento de capitais procedente do narcotráfico para fabricar barcos de alta velocidade que posteriormente eram deslocados para a zona do Estreito de Gibraltar".