Tribunal Cível diz-se incompetente para julgar litígio por posse da Bragaparques
A Unidade Cível do Tribunal de Braga propôs às partes, os empresários Domingos Névoa e Manuel Rodrigues e seus familiares diretos, que a ação que aqui decorre, em torno da divisão da empresa de estacionamentos Bragaparques, passe para o Tribunal do Comércio de Famalicão, por ser este o foro "competente" para o efeito. Deu-lhes 20 dias para se pronunciarem.
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A posição da juíza foi tomada na sequência de uma audiência preliminar, em que partes não chegaram a acordo. Se a magistrada mantiver a sua decisão, qualquer das partes poderá contestá-la, obrigando a que o conflito seja apreciado por um tribunal superior.
Na ação cível, o empresário Domingos Névoa discute com o ainda sócio Manuel Rodrigues o direito à posse da Bragaparques.
Domingos Névoa, através da empresa Neureifen, desencadeou um processo para ficar com a totalidade das ações por 65 milhões de euros. Pede ainda 13,1 milhões de indemnização. Em resposta, Manuel Rodrigues "não reconhece nenhum fundamento à ação".
O litígio prende-se com o acordo de separação amigável rubricado pelos dois, respetivas mulheres e os filhos, para a separação das 20 sociedades e outros ativos imobiliários, mediante o qual ficaria com a empresa aquele que apresentasse a proposta mais alta em carta fechada.
O acordo funcionou, entre outras, para as sociedades Rodrigues & Névoa, do setor imobiliário, que ficou para Rodrigues, e para a Carclasse, do comércio automóvel, que passou para Névoa.
Rodrigues ofereceu 102 milhões
A Bragaparques ficou para o fim, tendo Rodrigues oferecido 102,5 milhões pela outra metade e Névoa 65. Em dezembro de 2018, na data da escritura, Névoa recusou-se a assinar, alegando que pendiam sobre a Bragaparques três ações judiciais intentadas pelo grupo DST por causa de uma firma de águas e resíduos, a Geswater, que estava na posse da Bragaparques.
Em 2019, e resolvida a questão das «águas», os dois não chegaram a acordo sobre o pagamento, dizendo ambos que o outro não cumpriu os prazos.