Apesar de estar de portas abertas, estão apenas dois funcionários no Tribunal da Comarca de Beja, um no Juízo Local Cível e outro no Ministério Público. Nos Juízos Criminais Local e Central não há qualquer trabalhador em funções, o que vai anular todos os julgamentos que estavam marcados para hoje.
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Há dois cidadãos detidos desde as 4 horas de quinta-feira, que não foram presentes ontem a um Juiz de Instrução Criminal e que podem vir a ser libertados por se esgotar o prazo das 48 horas de detenção.
A greve no Tribunal de Beja “atinge cerca de 95% e esta forte adesão deve-se à falta de diálogo da senhora ministra da Justiça para revisão dos estatutos", aponta Armando Torrão, do Sindicato dos Funcionários Judiciais.
"A proposta que a ministra apresenta cria grande cisão entre a classe. Há muito que se fala em aumentos de vencimentos mas nada é concretizado. O sindicato fez uma proposta de 10%, a ministra fez uma contraproposta de 20%, mas que, na prática, são inferiores à nossa proposta. E não se sabe quando entra em vigor. Hoje não há serviços mínimos porque é uma greve de 24 horas”, concluiu.
No Juízo Local Criminal, estava marcado o julgamento sumário de um cidadão de 40 anos que, no passado dia 9 de outubro, entrou no quartel dos Bombeiros Voluntários de Beja e vandalizou as instalações, partindo vidros de portas da instituição e furtando vários bens.
Por seu turno, no Juízo Central Criminal estavam agendadas as leituras de dois acórdãos: uma de um cidadão de 32 anos que esteve fugido à justiça e declarado contumaz, acusado de tráfico de estupefacientes e outras atividades ilícitas; e outro caso referente a um homem de 35 anos, acusado de burlas através do Facebook.