Tribunal voltou a adiar leitura do acórdão de dois homens acusados de homicídio
O Tribunal Judicial de Braga adiou, esta terça-feira, pela terceira vez, a leitura do acórdão do julgamento de dois homens acusados do homicídio a tiro, de Carlos Galiano, de 25 anos, em outubro de 2021, na zona do bairro do Fujacal, em Braga.
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O adiamento para 5 de janeiro ficou a dever-se ao facto de o Tribunal ter admitido o pedido do advogado de defesa de um dos arguidos, solicitando a audição de duas novas testemunhas. O que se ficou a dever à contestação ao despacho que o coletivo de juízes dera, em novembro, alterando substancialmente os factos.
No documento, os juízes consideraram que o arguido Diogo Leite, que estava acusado de homicídio qualificado, seria apenas considerado culpado de homicídio na forma simples. O coletivo de juízes, que julga dois homens acusados do homicídio em outubro de 2021, concluiu que Diogo Leite, tido como cúmplice do autor dos disparos fatais, Luís Teixeira, não terá tido o mesmo grau de participação no crime.
Conforme o JN tem noticiado, o Tribunal iniciou, no final de setembro, o julgamento de dois homens acusados do homicídio de Carlos Galiano, de 25 anos.
Luís Miguel Teixeira, conhecido pela alcunha de Max, o autor dos disparos que atingiram o antigo amigo, - com quem cresceu em Amares - e Diogo Miguel Azevedo, de 24 anos, de Braga, que é tido pela acusação como alegado cúmplice do Max no homicídio, ambos em prisão preventiva, foram julgados por homicídio qualificado.
No final do julgamento, os juízes anunciaram uma alteração substancial dos factos, considerando que Diogo Azevedo teria praticado o crime de homicídio simples, por cumplicidade, e não homicídio qualificado.
Em julgamento, ambos os arguidos repetiram a tese que apresentaram na contestação: "Max" negou ter agido por vingança - tese que constava da acusação - e diz que o co-arguido, Diogo Miguel Azevedo, é o "autor moral" do crime.
No documento que enviou ao processo, Max, de 24 anos, autor dos dois tiros que vitimaram Galiano, diz não ser verdade que a vítima o tenha denunciado aquando de um processo-crime julgado em Braga por tráfico de droga em Amares (onde ambos foram arguidos e condenados), desmentindo, assim, a tese do Ministério Público.
Instigado
Diz que pegou na pistola para enfrentar Galiano, no que foi instigado por Diogo que tinha acabado de discutir com a vítima, mas que nunca pensou ou planeou matá-lo.
Na contestação enviada ao processo, Max atribui a culpa a Diogo, a quem chama de "autor moral" do crime. Diz que chorou ao pensar que o Galiano podia falecer e que até rezou para que tal não acontecesse.
Diogo nega
Já Diogo disse que não instigou Max a matar, após ter jantado num restaurante do Fujacal, onde estava Galiano. Refere que, à saída, os dois discutiram, tendo-lhe Galiano dado uma cabeçada e não um soco, como diz a acusação.
Conforme então, também noticiamos, Diogo foi apanhado em junho pela polícia francesa e extraditado para Portugal, onde também está em prisão preventiva.
Na sua contestação, nega ter ameaçado a vítima, e diz que depois contou o sucedido a Max, tendo sido este a pegar na pistola por ter decidido matá-lo devido a querelas anteriores, o que aconteceu num snack-bar para onde Galiano tinha ido. Baleou-o com dois tiros e ele morreu três dias depois.
A acusação diz que Galiano e Diogo estiveram a jantar juntos num restaurante da zona, ocasião em que este lhe disse que era um "bufo".
A discussão prosseguiu no exterior, ocasião em que Galiano deu um soco em Diogo, tendo este dito que ia a casa buscar uma pistola. A seguir, contou o sucedido a Max, e ambos combinaram ir procurá-lo para o matarem.
Foram, às 2 horas de 5 de outubro, à sua procura no café que a vítima frequentava, tendo-o avistado e ido a correr ao seu encontro, e parando a dois metros de distância, altura em que Max lhe deu dois tiros.