O internamento hospitalar de cinco reclusos fez com que, na noite de quinta-feira, houvesse apenas um guarda prisional para vigiar os quatro pavilhões que albergam os cerca de 900 reclusos recolhidos na cadeia de Custóias, em Matosinhos. A falta de recursos humanos obrigou, inclusive, a encerrar a padaria, onde os presos fabricam o pão para abastecer a comunidade prisional.
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Segundo o JN apurou, o turno da meia-noite às 8 horas de anteontem contou com apenas 11 elementos da Guarda Prisional. Destes, cinco permaneceram no hospital onde, na tarde anterior, ficaram internados quatro reclusos. Um quinto preso hospitalizado já teve, por falta de pessoal em Custóias, de ser guardado por elementos requisitados a outras cadeias da região.
Dos seis guardas que se mantiveram no interior do estabelecimento prisional, cinco foram colocados em locais estratégicos para controlar as rotinas prisionais, fazendo com que sobrasse apenas um para vigiar os quatro pavilhões repletos com cerca de 900 presos.
padaria encerrada
Fonte da guarda prisional afirmou, ao JN, que, no mínimo, devia haver um guarda prisional disponível para cada um dos quatro pavilhões onde os presos estão encarcerados. "E isto já era trabalhar em serviços mínimos", alega.
A mesma fonte refere que a falta de meios também obrigou a encerrar temporariamente a padaria que existe no interior da prisão e onde se coze o pão para a comunidade prisional de Custóias. "Não havia guardas para vigiar os reclusos que trabalham na padaria", diz.
Contactada pelo JN, a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais salienta que, em Custóias, "trabalham 180 guardas prisionais, que são distribuídos de modo adequado a que sejam asseguradas as tarefas e garantida a segurança que as atividades de cada turno exigem".
Confirma ainda que "há cinco reclusos internados em unidades hospitalares do SNS que exigem custódia", mas não revela, por questões de segurança, se permaneceram somente seis guardas na cadeia, durante oito horas.