Jovens adquiriram credenciais de cartões de outras pessoas para fazer dinheiro com esquema de compra e revenda. Acabaram detidos pela Polícia Judiciária.
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Sete jovens de vários bairros do concelho de Loures são suspeitos de, desde 2020, terem adquirido ilegalmente online as credenciais dos cartões de crédito de terceiros para comprar, também na Internet, tablets e telemóveis, apurou o JN. Em seguida, alienariam os aparelhos diretamente a particulares sem conhecimento dos crimes ou em lojas de vendas em segunda mão. Por fim, "lavariam" na aquisição de criptomoedas o dinheiro arrecadado com o esquema.
O grupo, composto por homens com idades compreendidas entre os 20 e os 23 anos, foi agora detido pela Polícia Judiciária (PJ). Estão indiciados, entre outros crimes, por falsidade informática, burla informática e nas comunicações e branqueamento de capitais.
Britânico denunciou
De acordo com informações recolhidas pelo JN, a investigação começou em 2020, na sequência de uma queixa de um cidadão britânico que se apercebera de que o seu cartão de crédito tinha sido usado em Portugal por desconhecidos.
As diligências realizadas a partir de então, dificultadas pelo facto de a maioria dos crimes ter ocorrido online, permitiram depois identificar mais de uma dezena de vítimas, portuguesas e estrangeiras, e chegar à identidade dos arguidos.
Em comunicado, a PJ defende que estes constituíam uma "estrutura criminosa organizada" e faziam "desta prática delituosa [o seu] modo de vida".
Nas buscas a suas casas, ocorridas no âmbito da operação Gold Card ("cartão dourado", em inglês), foram descobertos e apreendidos pelos inspetores "avultados montantes em moeda virtual, produtos estupefacientes, armas proibidas e artigos adquiridos de forma fraudulenta", a par de outros meios de prova.
Violentos entre si
Além da alegada prática de crimes contra desconhecidos, os jovens seriam ainda violentos entre si, roubando-se mutuamente. A par dos crimes informáticos, estão igualmente indiciados, por isso, por roubo com arma de fogo e extorsão.
Esta quarta-feira, foram interrogados por um juiz, desconhecendo-se, ao final da tarde, quais as medidas de coação aplicadas.
A investigação, liderada pelo Ministério Público de Lisboa, prossegue. As autoridades, sabe o JN, temem que haja mais vítimas além das já identificadas. E não excluem que algumas nem se tenham ainda apercebido de que foram atacadas