O líder do partido Chega exigiu esta quinta-feira explicações à atual ministra da Saúde, Ana Paula Martins, que era presidente do Conselho de Administração do Hospital de Santa Maria quando foram pedidas as alegadas cunhas para medicar as gémeas luso-brasileiras.
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Durante uma ação de campanha para as eleições europeias, André Ventura atirou-se à atual ministra da Saúde. “As buscas decorrem no Hospital de Santa Maria, em que à data a presidente do Conselho de Administração era a atual ministra da Saúde. Tal como eu entendo que Marta Temido não pode simplesmente dizer que não sabe de nada, fica estranho que alguém que é presidente do conselho de administração dizer que não sabe de nada e agora estejamos quase a imputar responsabilidade a uma secretária”, disse.
Ventura espera que a atual ministra da Saúde explique: “o quê que fez à altura quando era presidente do Conselho de Administração para conhecer este caso, se abafou ao não alguma coisa, se procurou ocultar informação ao país, se procurou mitigar ou destruir informação e para isso há um lugar, ou será a justiça ou na comissão parlamentar de inquérito”.
O líder do Chega também abordou o eventual papel do presidente da República no caso: “Acho que ninguém gostaria de ver um presidente da República envolvido numa situação que nasce porque ele decidiu não dar esclarecimentos. À luz dos acontecimentos de hoje, com crimes tão graves em cima da mesa, eu voltava a pedir a Marcelo Rebelo de Sousa que não deixe de dar os esclarecimentos que tem que dar, ele e eventualmente o seu filho”, afirmou Ventura.
"Estranho" que ex-ministra não soubesse de nada
O presidente do Chega considera "estranho" que a ex-ministra da Saúde Marta Temido não soubesse de nada sobre o caso das gémeas. "Marta Temido era ministra da Saúde na altura, este era o seu secretário de Estado, e portanto é pouco crível que alguém contorne a lei, marque uma consulta desta importância e dimensão, envolvendo um custo para o horário público de cerca de 4 milhões de euros, sem que a ministra pergunte o que é isto", defendeu, antes de uma arruada na Póvoa de Varzim, distrito do Porto.
"Estranho é que a ex-ministra não saiba de nada e mesmo, curiosamente, ouvi perguntas vossas sobre se ela teria falado com Lacerda Sales, e ela disse que `não, liguei-lhe no outro dia para lhe dar os parabéns, porque fazia anos´", criticou.
O líder do Chega disse que "se tivesse um secretário de Estado que fosse suspeito de desviar, entre aspas, 4 milhões de euros para favorecer alguém", quereria saber se isso "tem algum fundo de verdade" e que se teve alguma intervenção.