Ventura sobre queixa-crime: "A esquerda pode dizer o que quiser, a direita se disser vai presa"
O líder do Chega, André Ventura, lamentou esta sexta-feira que, "numa altura em que a Justiça está entupida de trabalho", um grupo de cidadãos tenha decidido apresentar uma queixa-crime contra si e Pedro Pinto, por declarações relacionadas com a morte de Odair Moniz, baleado pela polícia.
Corpo do artigo
"Qual é o entendimento de liberdade de expressão que este grupo faz?", questionou, assegurando que o Chega se limitou, nas declarações proferidas, a incitar não à violência, mas "à obediência às autoridades".
Para André Ventura, a queixa-crime "é algo sem cabimento, numa altura em que a Justiça está entupida de trabalho". "É apenas para perseguição. Isto só mostra uma democracia pouco madura e pouco amiga do pluralismo. Por isso acho estranho que uma antiga ministra esteja envolvida", referiu.
Além disso, garantiu que o Chega nunca vai invocar imunidade parlamentar, estando disponível para responder a tudo, se o Ministério Público assim entender.
"Onde é que este grupo estava quando pediram a morte de André Ventura?", perguntou ainda, afirmando que "a esquerda pode dizer o que quiser", mas "a direira, se disser, vai presa".
Em causa estão declarações do líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, sobre os tumultos dos últimos dias relacionados com a morte de Odair Moniz, baleado pela polícia na Amadora, afirmando que se as forças de segurança "disparassem mais a matar, o país estava mais na ordem".
Também o presidente do Chega afirmou que o agente da PSP que baleou Odair não devia ser arguido. "Nós devíamos agradecer a este polícia o trabalho que fez. Nós devíamos condecorá-lo e não constitui-lo arguido, ameaçar com processos ou ameaçar prendê-lo", referiu.
De acordo com o projeto de queixa-crime, a que o "Diário de Notícias" (DN) teve acesso, os principais ilícitos são: "instigação à prática de crime", apologia da prática de crime" e "incitamento à desobediência coletiva".