Veterinária impedida de exercer por suspeita de falsificar vacinação de cães de caça
A veterinária detida por suspeitas de falsificação de guias de vacinação antirrábica para cães de caça, na região do Minho, foi ontem impedida de exercer a atividade, depois das buscas do SEPNA da GNR de Braga.
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O Tribunal de Instrução Criminal de Braga determinou ainda a proibição de a veterinária de aceder a qualquer tipo de plataforma digital ou impressa de registo de vacinação e a outros dados relacionados com animais. A suspensão foi comunicada ao ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas) e à Ordem dos Médicos Veterinários.
A veterinária e quatro familiares diretos, residentes em Barcelos, estão indiciados por crimes de falsificação de documentos e falsidade informática, por alegadamente falsificarem boletins sem vacinarem cães, porque muitos caçadores creem que se os cães forem vacinados contra a raiva perdem parte das suas qualidades, especialmente o faro.
Os cinco suspeitos detidos na operação da GNR de Braga, com idades entre 21 e os 70 anos, são a veterinária, o pai, um irmão, um sobrinho e o companheiro da clínica, todos proibidos de contactarem com os restantes 27 arguidos, caçadores do Minho. A veterinária de Barcelos está igualmente proibida de contactar associações de caçadores.
Estes 27 caçadores, constituídos arguidos mas não detidos, são residentes nos concelhos de Barcelos, Esposende, Braga, Guimarães, Póvoa de Lanhoso e Montalegre, entre outros municípios.
Saúde e segurança públicas em causa
Elementos do SEPNA da GNR executaram 32 mandados de buscas domiciliárias e 39 em veículos, nos distritos de Braga, Vila Real e Lisboa, tendo em vista fazer prova, recolhendo vestígios e objetos relacionados com a atividade ilícita que atribuem ao grupo.
Nas buscas, foram apreendidos 53.099 euros em numerário, 348 boletins sanitários de vacina de canídeos, 109 ampolas de vacinas antirrábicas, 540 vinhetas médicas, 23 telemóveis, dez computadores portáteis e três discos rígidos de armazenamento.
A GNR de Braga confiscou ainda uma arma de fogo (revólver) e diversos documentos, físicos e digitais, relacionados com os atos médicos veterinários e com os crimes em investigação.