Duas dezenas de suspeitos em constante monitorização. Risco continua moderado, mas PSP aumentou presença em locais sensíveis
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Os recentes atentados nos territórios francês e austríaco levaram a PSP a reforçar a vigilância em embaixadas e outros locais considerados de risco. Embora o nível de alerta em Portugal continue inalterado no nível moderado, polícias e serviços de segurança redobraram a atenção, que já era dada, às duas dezenas de indivíduos considerados como radicais islâmicos a residir em Portugal.
De acordo com informações recolhidas pelo JN, Portugal não está na lista de países onde os jiadistas pretendem perpetrar ataques terroristas. Nem a Unidade de Coordenação Antiterrorista (UCAT), uma estrutura que faz análises de risco e onde têm assento as principais forças e serviços de segurança, tem indícios de que apontem nesse sentido.
Mas, ao mesmo tempo, o aumento do nível de alerta em países como a França, a Áustria e a Inglaterra, sugerindo que um ataque é "altamente provável", faz com que as autoridades portuguesas redobrem a atenção e a vigilância. Recorde-se que, em 2016, as autoridades francesas desmantelaram uma rede terrorista na iminência de realizar um atentado, da qual fazia parte um cidadão marroquino, então com 26 anos, que usou Portugal como local de "recuo" e era suspeito de ligações a uma rede de jiadistas, implantada em território nacional.
O Ministério Público português indiciou-o por crimes de falsificação de documentos e tráfico de armas. Na altura, as informações transmitidas pela Polícia judiciária à congénere francesa permitiram identificar o indivíduo e cúmplices.
Esse indivíduo tinha entrado em Portugal na sequência de um pedido de asilo, tendo passado pelo crivo do SEF, sem levantar suspeitas. Poderia, já nessa altura, ter falsificado documentos para iludir as autoridades. O marroquino passava pouco tempo em Portugal e viajava frequentemente para países como Alemanha e França. Nessas viagens, encontrar-se-ia com elementos das duas células terroristas então desmanteladas em Marselha e Estrasburgo.
Desde então, as autoridades têm mantido sob vigilância ativa todos os indivíduos suspeitos de estarem radicalizados, mas também aqueles que podem vir a radicalizar-se.
Neste momento, está também a decorrer em Lisboa o julgamento de oito suspeitos de pertencerem ao Estado Islâmico.
Contactada pelo JN, fonte oficial da PSP informou que, na sequência dos recentes ataques terroristas, foi reforçada a presença "junto das embaixadas e outros pontos relevantes", adiantando ainda estar a "acompanhar atentamente a situação internacional".