Vinho, perfumes, cosméticos e tabaco. São estes os produtos que, segundo a Polícia de Segurança Pública, mais desaparecem das lojas existentes nos cinco principais aeroportos nacionais.
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Desde o início de 2018, os furtos centraram-se, sobretudo, no de Lisboa, mas só o de Ponta Delgada, nos Açores, tem escapado aos ladrões. Já o do Porto registou apenas três casos, menos do que o do Funchal, na ilha da Madeira e de Faro, no Algarve.
De acordo com dados fornecidos ao JN pela PSP, entre janeiro de 2018 e o início de março, ocorreram 177 furtos, dos quais 104 no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. Destes, mais de metade foram registados no ano passado.
28 detenções
No ano anterior, tinham sido comunicadas 30 situações às autoridades. Ainda assim, em 2018 e 2019 consumaram-se apenas 28 detenções. Este ano, houve duas pessoas apanhadas, para quatro furtos.
"Sendo Lisboa o aeroporto com maior tráfego de passageiros, é natural que se concentrem aqui alguns furtos", salienta, numa resposta por escrito ao JN, fonte oficial da Lojas Francas de Portugal (LFP), responsável pela gestão de lojas nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Madeira e Açores. Lembra ainda que, tratando-se aquela entidade de uma "empresa de retalho, tem consciência de que os furtos fazem parte do dia a dia da sua atividade".
"Ao longo dos anos temos implementado medidas para mitigar os mesmos, nomeadamente através da contratação de uma empresa de segurança e da instalação de um sistema de CCTV", acrescenta. A PSP confirma o efeito dissuasor das câmaras de videovigilância, mas ressalva que opera somente o sistema instalado nas áreas de "acesso comum" e não o do "interior das zonas comerciais".
É, de resto, "na área comercial da zona restrita do aeroporto" que, por norma, acontecem os furtos. Além do sistema eletrónico, os crimes são, habitualmente, detetados também pelos polícias e pelos comerciantes.
"Sempre é que é detetado um furto nas nossas lojas, seguimos o procedimento de comunicar a PSP", garante a LFP, para a qual "as medidas implementadas vão ao encontro das necessidades".
A seguir a Lisboa, os aeroportos que, entre janeiro de 2018 e o início deste ano, registaram mais furtos foram o do Funchal e o de Faro, ambos com cinco casos, correspondentes, no total, a quatro detenções. Este ano, só foram, até agora, identificadas situações em Lisboa.
Caso
José Castelo Branco detido antes de viagem
Entre os 13 detidos no ano passado por furtarem bens no aeroporto de Lisboa esteve José Castelo Branco. Terá, alegadamente, subtraído um perfume antes de uma viagem para a cidade de Nova Iorque, Estados Unidos. Logo no dia da detenção, o socialite recorreu à sua página na rede social Instagram para negar a acusação. Alegou, então, que a "funcionária quis ficar famosa", quando ele se ia "perfumar" e comprar cigarros. No dia seguinte, apresentou-se em tribunal e saiu em liberdade. Depois, embarcou para Nova Iorque.
Pormenores
31,1 milhões de passageiros passaram, no ano passado, pelo aeroporto de Lisboa. Já o do Porto foi usado por mais de 13,1 milhões de pessoas. Seguiram-se os de Faro, com nove milhões, o do Funchal, com 3,3 milhões, e o de Ponta Delgada, com mais de dois milhões.
72 companhias operam nos 10 aeroportos nacionais, com voos para 172 destinos de todo o Mundo. No total, trabalham nestas infraestruturas cerca de 1300 pessoas. Além dos cinco aeroportos principais, a ANA Aeroportos gere ainda Beja, Porto Santo (Madeira) e outros três nos Açores.