Hélder Bianchi, o líder do extinto gangue de Valbom capturado na quinta-feira em Braga pela Polícia Judiciária (PJ) do Porto por causa de um inquérito sobre tentativas de homicídio e assaltos a negociantes de ouro, foi esta sexta-feira libertado pelo tribunal, com apresentações diárias. Porém, foi logo detido por inspetores da luta contra o tráfico de droga. Munidos de um mandado de detenção, passado há meses, prenderam Bianchi, que deve ser amanhã ouvido por um juiz, por suspeitas de estar envolvido no tráfico internacional de centenas de quilos de haxixe.
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Tal como o JN noticiou em primeira mão, o mandado que levou Bianchi a ser novamente detido prende-se com a apreensão, no Algarve, de 840 quilos de haxixe, com um valor estimado de mais de um milhão de euros.
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Um ano depois, em junho, a investigação da PJ do Porto já tinha identificado suspeitos de pertencerem à rede e foram detidos um homem e uma mulher, apontados como parte do núcleo que chefiava o grupo. Bianchi também era um dos alvos mas escapou. Desde então era procurado. Voltou na quinta-feira a aparecer no radar das autoridades, em Braga.
Quem o prendeu foram inspetores da brigada dos homicídios que tinham mandados de captura por quatro crimes de homicídio na forma tentada, oito de roubo, três de furto qualificado e cinco crimes de falsificação. Bianchi é suspeito de pertencer a "um grupo criminoso, organizado e altamente violento, responsável por uma série de roubos com arma de fogo que tiveram como alvo, sobretudo, comerciantes de ouro", adiantou a PJ.
Emboscada na A4
Os assaltos foram cometidos entre 2016 e 2017. De acordo com informações recolhidas pelo JN, um deles foi perpetrado com grande aparato na A4, em setembro de 2016. Quatro encapuzados fizeram uma emboscada a uma viatura de matrícula espanhola, onde estava dois supostos negociantes de ouro, mãe e filho. Junto ao nó de Marco de Canaveses da A4, os encapuzados fortemente armados não hesitaram em disparar cerca de 20 tiros contra o Volvo das vítimas, para levar duas malas, que continham ou ouro ou dinheiro.
Outro aparatoso caso imputado a Bianchi foi perpetrado por cinco encapuzados à ourivesaria Matos, em Ponte de Lima em fevereiro de 2017. Com marretadas e tiros de metralhadora tentaram destruir a montra da loja, mas sem sucesso.
Em abril deste ano, três operacionais do grupo forma detidos pela PJ, em Gondomar, e, na altura, foram apreendidas armas e munições, mas Bianchi, tido como o cérebro do grupo, escapou.