PJ de Braga investiga morte de mulher de 89 anos em Barcelos. Discurso incoerente de filho da vítima confunde toda a gente. Ninguém foi detido.
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A Polícia Judiciária (PJ) de Braga está a investigar a morte de Lucinda Ribeiro, de 89 anos, registada no sábado à noite, na freguesia de Carvalhos, em Barcelos. Anteontem à noite, o filho foi ao café dizer que a mãe estava morta e que tinha sido ele a matá-la. Uma versão que desmentiu quando interrogado pela PJ.
"Disse no café e à GNR que fui eu que a matei, mas não fui", afirmou, aos jornalistas, Fernando Almeida, num discurso incoerente. A brigada de homicídios da PJ de Braga também lhe viu o telemóvel, não tendo encontrado nada de suspeito, e analisou o quarto e o cadáver da idosa. Inicialmente, a GNR algemara Fernando Almeida, mas, depois daquelas diligências, a PJ acabou por não o deter.
Fonte policial adiantou ao JN que, para já, os indícios não apontam para crime, mas acrescentou que vai ser preciso esperar pela autópsia para chegar a conclusões seguras. A autópsia realiza-se esta semana, no Instituto de Medicina Legal em Braga. Uma queda da cama ou doença súbita são outras hipóteses da causa de morte de Lucinda Ribeiro.
"Pensei: lá vai ela fugir"
Já ontem, aos jornalistas, o filho da vítima contou que estava na cozinha, ouviu um barulho e supôs que a mãe estivesse a fugir, por, alegadamente, padecer da doença de Alzheimer: "Pensei: lá vai ela fugir outra vez. Fui ao quarto dela e não estava na cama, estava caída no chão e nua. Peguei nela, pu-la em cima da cama e abanei-a. Como não respondeu, concluí que tinha morrido", afirmou. Fernando Almeida também disse que a mãe escondia dinheiro "nos lençóis" e bebia muito.
Na vizinhança ninguém se apercebeu de nada. Os moradores dizem que a idosa, oriunda da Estela, na Póvoa de Varzim, e ali residente há oito anos, era pessoa afável. Tinha problemas de saúde - inchavam-lhe os pés, por andar descalça - e queixava-se de maus-tratos, supostamente praticados pelo filho, mas nunca ninguém viu ou ouviu nada. Também não sabem se padecia de Alzheimer.
As autoridades receberam alerta para este caso por volta das 22 horas de sábado. Na altura, fonte das equipas de socorro deu conta de suspeitas de homicídio e até de sinais compatíveis com a violação da vítima. Estiveram na casa bombeiros e a equipa de uma VMER - Viatura Médica de Emergência e Reanimação. O óbito foi declarado no local.