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Uma lancha de alta velocidade da Unidade de Controlo Costeiro (UCC) da GNR, envolvida numa perseguição a traficantes de haxixe, há duas semanas, no rio Guadiana, foi furtada, esta quarta-feira, do porto de pesca de Vila Real de Santo António. A zona é de acesso reservado. O caso já foi comunicado ao Ministério Público e à Polícia Judiciária do Sul.
A embarcação em causa perseguiu, na madrugada de 27 de outubro, uma "lancha voadora" onde seguiam quatro homens que transportavam cerca de quatro toneladas de haxixe. Durante a ação, as duas lanchas colidiram, no rio Guadiana, em Alcoutim, e os traficantes ficaram feridos, um deles em estado grave, acabando por ser detidos.
Em comunicado, esta quarta-feira à noite, a GNR confirmou o furto da Embarcação de Alta Velocidade (EAV), denominada "Alcoutim", que se encontrava no cais da UCC no porto de pesca de Vila Real de Santo António. O furto "terá ocorrido entre as 6 e as 7 horas, horário em que militares da Equipa de Patrulhamento e Intervenção Marítima desta Unidade desempenhavam uma ação de patrulha no rio Guadiana", afirmou a GNR.
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A EAV "encontrava-se atracada no cais à hora de saída da patrulha". O local "estava fechado e vedado ao público, sendo de uso exclusivo dos militares da Guarda, permitindo apenas o acesso por via marítima, pelo porto de pesca."
A GNR refere, ainda, que "de imediato os militares da Guarda encetaram diligências no sentido de localizar a embarcação, com o auxílio da Guardia Civil", diligências que terminaram esta quarta-feira "sem sucesso".
Esta embarcação da UCC, tal como a dos traficantes, apreendida a 27 de outubro, estava também a ser alvo de uma investigação a cargo da Polícia Marítima (PM) de Vila Real de Santo António. A investigação foi aberta após uma queixa apresentada por um casal britânico, proprietário de um veleiro que sofreu elevados danos na noite da perseguição.
A PM está a tentar apurar qual das duas embarcações colidiu com o veleiro. A hipótese mais provável é que os danos tenham sido provocados pela "lancha voadora" dos traficantes, mas ainda não são conhecidos os resultados finais deste inquérito, ainda em curso.
Embarcação furtada já foi de traficantes
A EAV que agora foi furtada tem dez metros de comprimento e foi apreendida há alguns anos a uma rede de traficantes. Acabou por ser entregue à UCC e tem integrado várias operações de combate ao tráfico internacional de estupefacientes. As mais recentes levaram, segundo a GNR, à apreensão de "aproximadamente 12 toneladas de produto estupefaciente, entre ações levadas a cabo pela Guarda/UCC e outras forças policiais".
