A SAD do Benfica diz que nada tem a ver com os contactos que Paulo Gonçalves mantinha com funcionários judiciais, de forma a obter informações sobre processos.
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A informação consta do pedido de abertura de instrução do processo, que a SAD do Benfica emitiu esta quarta-feira, alegando que a acusação do Ministério Público (MP) é infundada e que terá de cair nesta fase.
No documento, a que a agência Lusa teve acesso, a SAD recusa qualquer responsabilidade no processo e considera que estar associada às acusações é "um salto no escuro". Os advogados Rui Patrício, João Medeiros e Saragoça da Matta, entregaram o pedido de abertura de instrução do caso, justificando que "a Benfica SAD não teve conhecimento ou participação nos atos que são imputados a Paulo Gonçalves".
A defesa acrescenta ainda que o assessor jurídico sempre "deu mostras à Benfica SAD de competência e integridade" e que vê com "surpresa e perplexidade" o despacho de acusação.
Os advogados alegam "total desconhecimento da Benfica SAD dos factos imputados e inexistência de qualquer intervenção ou atuação ou omissão relevantes da Benfica SAD nas matérias tratadas".
A sociedade que gere o futebol profissional encarnado aponta ainda "a total ausência de elementos probatórios que liguem a Benfica SAD às atuações descritas na acusação" e a "total omissão de narração de factos concretos na acusação que permitam imputar a prática de qualquer crime à Benfica SAD, havendo ainda contradições na própria acusação".
A SAD do Benfica está acusada de 30 crimes no processo e-Toupeira e o seu assessor jurídico Paulo Gonçalves de 79 crimes. O MP acusou a SAD do Benfica de um crime de corrupção ativa, de um crime de oferta ou recebimento indevido de vantagem e de 29 crimes de falsidade informática.
Entre as 17 testemunhas arroladas pelo Benfica contam o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Pedro Proença, o ex-presidente do Sporting José Sousa Cintra e também os presidentes dos Sporting de Braga, António Salvador, e do Vitória de Guimarães, Júlio Mendes.