Júlio Loureiro, um dos dois funcionários judiciais acusados de fornecerem informações sobre processos envolvendo o Benfica a troco de bilhetes para os jogos, é ouvido esta quarta-feira em tribunal.
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Júlio Loureiro chegou ao Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa, pelas 13.30 horas desta quarta-feira, sem prestar declarações aos jornalistas.
A fase instrutório do caso e-Toupeira - que visa apurar se o processo segue para julgamento - começou esta quarta-feira, depois de, na terça-feira, José Augusto Silva, o outro funcionário judicial arguido e o único em prisão domiciliária, ter desistido de falar perante o juiz.
Nesta primeira sessão, que decorre à porta fechada, serão ainda ouvidas as três testemunhas arroladas por Júlio Loureiro.
Além dos dois funcionários judiciais, são igualmente arguidos neste processo Paulo Gonçalves, ex-assessor jurídico do Benfica, e a SAD "encarnada", que já alegou ter total desconhecimento dos factos.
Em causa está, segundo a acusação do Ministério Público (MP) , a entrega aos dois funcionários judiciais, por parte de Paulo Gonçalves, de bilhetes, convites e camisolas do Benfica a troco de informações sobre processos em segredo de justiça envolvendo aquele clube e os seus rivais. A prática, sustenta o MP, seria do conhecimento da SAD do Benfica e do seu presidente, Luís Filipe Vieira, que não foi acusado.
As diligências continuam nesta e na próxima semana, estando o debate instrutório agendado para 26 de novembro. Só depois se saberá se os quatro arguidos irão a julgamento e por que crimes. Para já, são suspeitos de corrupção, oferta ou recebimento indevido de vantagem, favorecimento pessoal, violação de segredo, acesso indevido, peculato e falsidade informática.