O Ministério Público abriu uma nova investigação sobre o ataque, em 15 de maio de 2018, à academia sportinguista de Alcochete, confirmou, ao JN, a Procuradoria-Geral da República.
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O novo inquérito foi instaurado em novembro último, no Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, por força de uma denúncia apresentada por Bruno de Carvalho, ex-presidente do Sporting que, no primeiro processo sobre o mesmo ataque à Academia de Alcochete, foi absolvido da autoria moral das agressões cometidas por um grupo de adeptos contra futebolistas e membros da equipa técnica do clube.
Agora, o ex-presidente do Sporting aponta como autores morais do ataque Pedro Silveira "Barbini" e Diogo Amaral "Tusta", antigos elementos da Juve Leo que foram ouvidos apenas enquanto testemunhas no julgamento do primeiro processo.
Em entrevista ao jornal online de Setúbal "DD", Bruno de Carvalho sustenta a queixa em elementos que chegaram à investigação inicial e que, do seu ponto de vista, foram ignorados, como a intervenção de Diogo Amaral num dos grupos de WhatsApp onde foram combinadas as agressões aos jogadores. Nesta plataforma de comunicações, e já após o ataque, "Tusta" escreveu: "Saiam todos, saiam todos, bora!".
Quando foi ouvido no Tribunal de Monsanto, enquanto arguido, Bruno de Carvalho atacou a investigação por atribuir o ataque ao grupo de adeptos "casuais", mas arrolar como meras testemunhas "dois elementos desse grupo, Pedro "Barbini" Silveira e Diogo Amaral "Tusta". "Porque é que eu estou aqui e eles em casa?", questionou então o arguido. Ouvido como testemunha, Diogo Amaral não deu uma explicação para aquela mensagem no WhatsApp.
No dia do ataque, Bas Dost foi agredido à entrada do balneário com um cinto e pontapeado no chão. No balneário, Acuña, Battaglia, William de Carvalho e Rui Patrício foram sovados e atingidos com objetos. Apenas William Carvalho conseguiu fugir. Misic, Fredy Montero, Bruno César, Daniel Podence e Ruben Ribeiro foram agredidos e, à saída, Jorge Jesus foi atingido com um cinto.
O Ministério Público recorreu da sentença do Tribunal de Almada, de maio de 2020, que condenou 38 dos 44 arguidos, aplicando penas de prisão efetiva a nove deles. No recurso para o Tribunal da Relação de Lisboa, o Ministério Público pede que três dos condenados a penas suspensas, entre os quais o agressor que usou o cinto, cumpram prisão efetiva.
Bruno de Carvalho, Mustafá e Bruno Jacinto, julgados pelo autoria moral do ataque, foram os três arguidos absolvidos.