"Toni do Penha" admitiu que teve um encontro com a vítima no local do crime a 8 de janeiro, mas diz que ele caiu ao rio quando fugia.
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Os dois suspeitos de terem assassinado Fernando "Conde", empresário de Guimarães, a 8 de janeiro do ano passado, foram apanhados em escutas e localizações celulares no local do crime, na noite em que tudo aconteceu. "Toni do Penha" admitiu ter lá estado, mas assegura que a vítima caiu ao rio ao tentar fugir.
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A investigação ao homicídio do empresário de 63 anos concluiu que António Silva ("Toni do Penha"), de 70 anos, e Hermano Salgado, 40 anos, estiveram no parque de Briteiros, junto ao restaurante Sombras do Ave, na noite de 8 de janeiro, data do desaparecimento de Fernando "Conde". O corpo do empresário foi encontrado 14 dias depois, no rio Ave, na freguesia de Barco, 100 metros a jusante de Briteiros.
A Polícia Judiciária (PJ) do Porto esteve durante um ano e meio a reunir numerosas provas e concluiu que "Toni" e Hermano são os autores do homicídio. A investigação analisou o telemóvel de "Conde", encontrado dez dias depois do desaparecimento, e descobriu que a última chamada, a que serviu para marcar o encontro fatal, tinha sido feita por um número de um aparelho descartável adquirido por "Toni do Penha".
O duo foi detido pela PJ anteontem e presente ontem ao juiz de instrução criminal Pedro Miguel Vieira. Entre a prova estão escutas telefónicas, bem como as localizações dos telemóveis que indicam que ambos estavam no local do crime, à hora do crime.
Reconstituição
Na quarta-feira, em tribunal, os suspeitos optaram por não falar, embora no dia anterior "Toni do Penha" tenha participado numa reconstituição com as autoridades. Admitiu ter estado no parque de Briteiros naquela noite e ter marcado um encontro com o "Conde" para o acusar de envolvimento no furto de 135 mil euros de um cofre em sua casa e o obrigar a devolver o dinheiro.
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A investigação crê que "Toni" pediu ajuda a Hermano e juntos espancaram Fernando até à morte. Depois, atiraram-no ao rio e desfizeram-se do carro através de um stand da vila de Ponte, também alvo de buscas. Na reconstituição, "Toni" confirmou o encontro, mas negou o homicídio, alegando que "Conde" fugiu em direção ao rio. Segundo a versão de "Toni", o carro da vítima ficou naquele local.
Recorde-se que o Volvo C30 em que a vítima se deslocou à zona de Caldas das Taipas nunca apareceu. Na noite do crime, terá ficado à guarda do stand, em Ponte, que pertence a um empresário com antecedentes por furto e viciação de veículos, em França. Também é arguido neste processo.
"Toni do Penha", antigo empresário da noite de Guimarães, já tinha sido ouvido no processo, como testemunha, três dias depois do desaparecimento, quando o corpo de "Conde" ainda não tinha sido encontrado. Na altura, dissera que não se encontrou com a vítima. Agora, mudou a versão. Por esclarecer está o papel de Hermano Salgado, alegado cúmplice de "Toni", que é um empresário ligado ao negócio de carne e criação de cavalos, com uma propriedade na estrada que liga as Taipas ao Avepark.