Dados do Observatório das Mulheres Assassinadas revelam ainda que, em média, cinco mulheres por mês são vítimas de violência extrema.
Corpo do artigo
Em Portugal, há uma média de cinco mulheres por mês vítimas de violência extrema e três morrem às mãos dos agressores. Os números foram revelados nesta sexta-feira pelo Observatório das Mulheres Assassinadas, da responsabilidade da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR). Segundo este organismo, que elabora a estatística a partir de notícias publicadas em meios de comunicação nacionais, 28 mulheres foram assassinadas no âmbito de relações familiares e de intimidade, entre 1 de janeiro deste ano e 12 de novembro. No mesmo período, foram mortas outras duas mulheres (mas fora de um contexto de violência doméstica) e contabilizaram-se 27 tentativas de femicídio.
11541607
Esta contagem agora divulgada fez aumentar uma lista que, desde 2004, inclui 531 mulheres assassinadas e 618 que foram alvo de uma tentativa de homicídio.
21% das vítimas tinham abandonado o agressor
Os dados deste ano mostram que 53% das "mulheres assassinadas mantinha uma relação de intimidade presente com o homicida, ao passo que 21% já tinha procurado romper com essa relação (relação de intimidade anterior/passada por via da separação de facto, divórcio, ...)". Ou seja, 74% das vítimas mantinham ou mantiveram uma relação próxima com o agressor.
Segundo o Observatório, a maioria das mulheres assassinadas tinha entre 36 e os 50 anos (43%) e estava inserida no mercado de trabalho (50%). Também os homicidas são, na maioria, homens entre 36-50 anos (32%) e com emprego (57%)
Janeiro, com sete mortes contabilizadas, foi o mês mais sangrento num ano em que, pelo menos, ocorreu um femicídio por mês. A exceção é, para já, novembro. "Concluímos assim que, do total de femicídios registados pelo Observatório Mulheres Assassinadas no período compreendido entre 1 de janeiro e 12 de Novembro de 2019, a média mensal de femicídios nas relações de intimidade e relações familiares é entre 2 e 3 mulheres", evidencia o relatório.