Ainda o ponteiro não batia nas 17 horas e já se via a pressa de muitas pessoas para conseguirem apanhar os transportes ou para fugirem ao trânsito, que se começa a sentir nas estradas a partir daquela hora. Na zona industrial da Maia, as deslocações não são fáceis.
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Desde que trabalha numa das empresas do parque empresarial da Maia, Douglas Nanni tentou diversas formas para chegar ao emprego. Chegou a comprar uma bicicleta para usar em algumas partes do trajeto, mas trouxe-lhe problemas na intermodalidade.
Acabou por ceder ao carro, uma vez que "era praticamente impossível chegar a tempo ao trabalho de autocarro ou metro". Inicialmente, quando residia em Paredes, demorava "uma hora e meia" nas viagens. "O meu horário de entrada é às 8 horas, mas chegava sempre meia hora atrasado", explicou o jovem.
Ana Silva, residente na freguesia maiata de Milheirós, que depende de boleia para chegar ao trabalho a tempo, diz que "o problema começa logo de manhã". Quando sai, às 17 horas, não tem outra alternativa se não esperar por um autocarro que chega 50 minutos depois. "Mais do que reforçarem a passagem, é preciso que os horários estejam marcados consoante a hora de saída dos trabalhadores", observou Ana Silva.
"Também se vê muita gente que sai do trabalho a pedir um uber", constata Cristiano Ferreira.
A estação de metro mais perto é a de Mandim, que fica a 25 minutos a pé para os trabalhadores do Tecmaia. Com a falta de autocarros que levem as pessoas até àquela estação, "resta o carro como a única opção viável para a maioria", explica um funcionário.
Pelas 17.47 horas, o cais da estação de Mandim já tinha cerca de 30 pessoas. Via-se ao longe muita gente a correr, para tentar não perder o próximo veículo. Se fosse esse o caso, tinham de esperar mais 15 minutos.
"O problema não é a frequência dos metros. A estação fica muito longe e no meio do nada. No inverno está escuro, chega a ser perigoso", explicou Ana Silva, enquanto aguardava pelo autocarro que ia chegar meia hora depois.v