A seguir ao Porto, o concelho da Maia é o que mais gente recebe para trabalhar ou estudar. No município com um grande parque industrial e que também acolhe ISMAI-Universidade da Maia, todos os dias entram 42 mil pessoas, saindo mais de 40 mil. Os dados do Censos 2021, divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), mostram um saldo positivo. Mas com tanta gente no concelho, faltam transportes adequados, para garantir fluidez nas deslocações.
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Dos que entram na Maia, 27 mil são oriundos dos municípios do anel central da Área Metropolitana do Porto (AMP). Destacam-se os matosinhenses: mais de sete mil. Seguem-se os provenientes de Valongo (seis mil) e os de Gondomar (cinco mil). São três dos quatro concelhos (o outro é o Porto), com que a Maia, município com 82,99 km2, faz fronteira.
O concelho ocupa o 3.º lugar entre os municípios do Grande Porto cujos moradores perdem menos tempo nas deslocações diárias, depois do Porto e de Matosinhos.
Mais de metade daqueles que saem da Maia viajam para o Porto, e, destes, 66% preferem o carro.
Mas não é só nos movimentos pendulares até ao Porto que a viatura particular vence todos os outros meios de transporte. No total, 23425 maiatos usam o automóvel para chegar aos outros destinos. O autocarro tem uma quota diária de 3428 pessoas, seguindo-se o metro com 2831 utentes.
Intermodalidade
Dentro do próprio município (entre freguesias), registam-se 38 682 deslocações. Apesar de uma rede com cerca de 15 linhas de autocarro da Maia Transportes, do serviço da STCP, para além da ferrovia e do metro que vai até ao ISMAI, apenas 30% dos maiatos (11 727) resiste ao carro.
Neste contexto, e para atenuar as lacunas nos transportes públicos em algumas freguesias, a Câmara da Maia aposta na intermodalidade. Exemplos disso são projetos recentes, como o serviço Mobus (autocarro a pedido), que pretende dar resposta às populações com menos oferta. Ou a criação de parques de estacionamento que permitam a complementaridade entre dois meios de transporte, como o aparcamento para bicicletas nas estações de metro do Parque Maia e do Fórum Maia. Ainda assim, dentro do próprio concelho, 69% dos maiatos fazem os seus trajetos de carro.
Quem chega para trabalhar apresenta razões de queixa. Na zona empresarial que se estende entre Moreira e o Castelo da Maia, os trabalhadores têm de esperar uma hora pelo autocarro, ou andar meia hora até Mandim, a estação de metro mais próxima. A maioria acaba por desistir e ceder ao transporte próprio. Prova disso são as 7620 deslocações neste meio de transporte dentro destas duas freguesias, em detrimento das 830 que são efetuadas de autocarro ou de metro.
Entre 16 a 30 minutos
O tempo para efetuar as deslocações para entrar ou sair da Maia são em média de 16 a 30 minutos. Tendo em conta as deslocações até ao Porto, é a partir da freguesia da Cidade da Maia que partem mais pessoas a demorar este tempo (3037). Seguem-se Águas Santas, com 2115 deslocações e Moreira com 840.
Parque empresarial
Nas freguesias de Moreira e Castelo da Maia, onde se localiza o parque empresarial, 7620 pessoas fazem as viagens de carro. O número que o faz de outra forma (de metro, autocarro, ou a pé, por exemplo) é três vezes menor (2370).