Menina de 12 anos tem problema grave de saúde oral e precisa de tratamentos com urgência. Família, que mora em Vila do Conde, sem recursos financeiros.
Corpo do artigo
O olhar de Jasminy ilumina-se quando sorri. Mas, apesar de ser ainda uma menina - tem 12 anos -, ver-lhe um sorriso no rosto nem sempre é fácil: sofre de um grave problema de saúde oral e já perdeu parte da dentição. Sem recursos económicos para tratamentos, a família, que é oriunda de Angola e vive em Vila do Conde, está a apelar à solidariedade de todos.
Foi através de vizinhos, que ajudaram Jasminy no acesso a consultas num hospital privado, que o caso chegou até à Associação Desportiva de Árvore Forças Segurança Unidas (ADAFSU), formada por polícias e profissionais da segurança privada. Sensibilizado com o estado da menina, o presidente da ADAFSU, Bruno Brini, já começou a preparar ações solidárias "para angariar fundos para os tratamentos".
Extrair os dentes todos
"Tem uma doença paradontal muito avançada. Fizeram-lhe um raio-x e a médica disse que tinha de extrair os dentes todos. E precisa do tratamento o mais rápido possível", explica ao JN Dina Gomes, que soube da situação através de vizinhos da família e conseguiu angariar algumas verbas para que Jasminy pudesse ser examinada.
"Temos de tentar chegar a alguém que nos possa ajudar, porque, no Hospital do Bonfim, disseram que tinham de lhe tirar toda a parte dentária e colocar uma prótese. E não há bolso que aguente", lamenta.
Com escassos recursos financeiros, a família teve de suspender o tratamento numa clínica de Vila do Conde, onde eram "feitas limpezas bucais" à menina, com a ajuda do patrão do pai. "Vimos que não tinha sucesso", conta a mãe da rapariga, Efigénia Paulino, que é empregada de limpeza. O marido trabalha na construção civil, e o dinheiro "não dá, nem de brincadeira", para mais tratamentos. "Não temos médico de família, e não podemos pagar análises", queixa-se Efigénia. A viver há dois anos em Portugal, a família ainda não conseguiu obter documentos de identificação nacionais, e "é por isso que não conseguem ter médico de família", aponta Dina Gomes.
O problema foi detetado quando Jasminy tinha cinco anos. "A gengiva ficava verde e tinha os dentes todos castanhos. Foi aí que fizemos um tratamento na Namíbia, sem êxito nenhum, em que lhe extraíram todos os dentes de leite porque a gengiva ficava podre", descreve Efigénia, que, há cerca de três meses, viu a filha queixar-se também de um intenso odor corporal, cuja origem não foi ainda determinada e que, a par do estado dos dentes, tem causado alguns dissabores à menina em contexto escolar, devido a insultos e chacota de que é alvo por parte de colegas.
Menina esconde-se
"Quando vai comer, ela esconde-se, para que não vejam como come. Para uma criança de 12 anos, isto é muito difícil", lastima Hélder Oliveira, vizinho da família, temendo que "a infeção possa alastrar para outro sítio [do corpo], pelo estado em que está".
Por isso, a ADAFSU quer "tentar chegar ao máximo de pessoas possível", sublinha Ricardo Matos, um dos elementos da associação de Árvore, onde a família vive. "E apelamos à ajuda de clínicas privadas", acrescenta o GNR Paulo Maciel, também da ADAFSU.