Há contactos com a Câmara de Gaia para investir no espaço que foi ocupado pela emblemática unidade hoteleira de Miramar.
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O emblemático Hotel Mirassol, em Miramar, Gaia, tem interessados. Ao JN, António Miguel Castro, presidente da Gaiurb, empresa municipal que trata das questões do urbanismo e da habitação do concelho, confirmou a "existência de consultas" por parte de investidores privados.
Há vários anos que a unidade hoteleira está em ruínas, mas nos seus tempos áureos era muito prestigiada, ao ponto de receber os estágios da equipa do F. C. Porto, nomeadamente quando foi orientada pelo técnico José Maria Pedroto. No Plano Diretor Municipal, PDM, que está em revisão, o espaço aparece reservado para "equipamento de serviços", pelo que os interessados terão de respeitar esta finalidade, podendo lá instalar um hotel ou um empreendimento similar. O litoral gaiense mantém-se atrativo e a paisagem urbana na costa deverá continuar a mudar nos próximos anos, pois "ainda há muito terreno disponível para construir", como assinala o presidente da Gaiurb. Relativamente ao Centro Histórico e à reconversão de armazéns em unidades hoteleiras, a corrida "esfriou".
Licenças cresceram
Apesar da pandemia que assolou o país em 2020 e se faz sentir de forma mais gravosa desde o início deste ano, a trajetória do número de licenciamentos na Gaiurb tem sido estável, num sentido ascendente.
"As licenças de construção e registos tiveram um ligeiro aumento, mantendo um crescimento desde 2017", dá conta António Miguel Castro, realçando a ação pronta da Autarquia para captar investimento. "Os apoios municipais, entre os quais a isenção de taxas, tiveram um impacto bastante positivo, permitindo um aumento de 4% face a 2019. Este foi o sinal que a Gaiurb pretendia dar: incentivar para que a construção não paralisasse". A realidade no terreno prova-o. Em especial na malha urbana, são visíveis as gruas e os operários. Ainda assim, a pandemia não deixou de fazer mossa, traduzida no "ligeiro decréscimo das comunicações prévias e licenças de utilização". Quanto ao destino dos pedidos de licenciamento, repartem-se por habitação bifamiliar (5%), multifamiliar (12%), unifamiliar (71/%) e não habitacional (12%).
Mesmo com o travão na economia, o concelho posiciona-se "entre os cinco primeiros em termos de atividade urbanística no país".
Parceria com Universidade
Em revisão, o PDM não ficará pronto até ao final do mandato de Eduardo Vítor Rodrigues. O objetivo é que o documento traduza uma visão de longo prazo. Ou como diz António Miguel Castro: "Uma base de trabalho para os próximos 10 a 15 anos".
Em parceria com a Universidade de Aveiro , está a decorrer a fase de "participação cívica". Ao todo serão realizadas 24 sessões, ao ritmo de duas por semana e em todas as freguesias, para ouvir a população. Sempre através do suporte digital. "Os participantes relatam as memórias coletivas, realizam um diagnóstico e apresentam recomendações de futuro", regista o presidente da Gaiurb, satisfeito pelo êxito das primeiras sessões.
Apostas
Centro de Saúde da Madalena
O objetivo do PDM é "coser o território" em todos os domínios, incluindo o da saúde. O centro de Saúde da Madalena será o próximo a ter inauguração oficial.
Grande sala de congressos
O Centro de Congressos é outra aposta de Gaia. Será um projeto de grande envergadura, com hotel e habitação. Está em "fase de estudo".
Parque industrial em Sandim
A Autarquia deposita confiança no sucesso do parque industrial de Sandim. "Ser servido pela A41 e pela A32" é um ótimo trunfo.