O hotel de cinco estrelas que vai nascer na Quinta Marques Gomes, na marginal de Gaia, em Canidelo, estará pronto em 2026. A unidade ficará rodeada por apartamentos e moradias de luxo, no âmbito do projeto da United Investments Portugal (UIP) no terreno desde 2019 e que gerou bastante polémica.
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"O atual executivo camarário já deixou suficientemente claro o seu pensamento, não valendo a pena insistir nas lamúrias, mas antes garantir que tudo é feito de forma rigorosa", sublinha a Câmara liderada pelo socialista Eduardo Vítor Rodrigues e que herdou o empreendimento da gestão do social-democrata Luís Filipe Menezes.
A venda dos imóveis já avançou. Segundo os promotores, há apartamentos a partir de 590 mil euros e lotes de terreno para construção com um preço mínimo de um milhão de euros. O valor de um T4 penthouse, no último piso de um dos edifícios, chega aos dois milhões de euros, conforme se verifica em sites de empresas imobiliárias.
Os preços não afastam interessados. "Dos três primeiros edifícios de apartamentos já estão vendidos 33 [frações]", sublinha a empresa promotora, acrescentando que também das duas fases de comercialização dos lotes só uma mantém terrenos disponíveis.
Uma das apostas do projeto passa pela construção de "um boutique hotel 5 estrelas superior", para o qual será reabilitado o palacete da Quinta Marques Gomes. O imóvel, abandonado durante vários anos, será "recuperado e restaurado para ser o corpo central da unidade hoteleira" explica a UIP.
Questionada sobre a celeuma devido à zona sensível em que o projeto se encontra, a empresa garantiu que "tem vindo a trabalhar com as autoridades por forma a cumprir todo os requisitos legais, sendo que o projeto tem vindo a desenvolver-se sem qualquer polémica". "As alterações introduzidas no projeto são por força da visão que a UIP tem para este empreendimento obviamente cumprindo a premissa de respeitar os requisitos legais", acrescentou.
A Câmara de Gaia recordou que os licenciamentos são anteriores ao atual ciclo autárquico, iniciado em 2013. "Todos os projetos foram reavaliados tecnicamente e encontram-se em licenciamento "blindado" não tendo havido possibilidade de alteração/redução da capacidade construtiva", explicou a Autarquia, que acompanha a empreitada.
Enquanto presidente de Câmara, Eduardo Vítor Rodrigues manifestou sérias reservas quanto ao projeto da Quinta Marques Gomes e a outros empreendimentos de luxo na marginal Afurada/Canidelo, mas não conseguiu travar as construções, sob pena de ter de pagar avultadas indemnizações aos promotores.