A década que mudou Hawkins: o elenco de "Stranger Things" cresce e despede-se da série

A ação decorre no outono de 1987, quando Hawkins continua marcada pelas fendas que rasgaram a cidade no final da quarta temporada. O grupo concentra-se num único objetivo, encontrar Vecna e travá-lo antes que o Mundo Invertido invada a cidade por completo. O vilão desapareceu e o seu paradeiro é desconhecido. Ao mesmo tempo, o Governo coloca Hawkins sob quarentena militar e intensifica a procura por Eleven, que se vê obrigada a esconder-se. À medida que se aproxima o aniversário do desaparecimento de Will, uma nova ameaça familiar e mais poderosa começa a manifestar-se. A batalha final aproxima-se e promete juntar todos uma última vez.

Antes deste momento decisivo, o percurso da série deixou marcas na memória dos espectadores. Tudo começou em 1983, com o desaparecimento de Will Byers e a descoberta de Eleven, a menina com poderes telecinéticos que fugira de um laboratório secreto. Foi ela quem revelou a existência do portal para o Mundo Invertido e abriu o caminho a uma sequência de ameaças que iria transformar para sempre a cidade.

O ano de 1984 trouxe a confirmação de que Will continuava ligado ao submundo. Max juntou-se ao grupo e Hawkins enfrentou o Devorador de Mentes. Em 1985, o Starcourt Mall tornou-se no principal cenário da história. Por trás das lojas e corredores, uma operação soviética tentava reabrir o portal que Eleven fechara na temporada anterior. A máquina permitiu que criaturas possuíssem vários habitantes e Billy foi uma das vítimas. Hopper desapareceu quando a estrutura foi destruída, deixando a cidade em choque.

Em 1986, surgiu a revelação de que Vecna era o responsável por várias tragédias de Hawkins. As mortes de adolescentes confirmaram o alcance da ameaça. Max foi dominada e ficou em coma após o confronto final. Quando Eleven impediu que morresse, várias fendas abriram-se por toda a cidade e deixaram claro que a batalha final seria inevitável.

O elenco cresceu à vista de todos

A transformação do elenco ao longo destes anos é uma das marcas distintivas da série. Os jovens que começaram a rodar em 2016 regressam agora muito diferentes, com carreiras em ascensão e uma maturidade que contrasta com a idade das personagens.

No centro dessa mudança está Millie Bobby Brown. Tinha 12 anos quando apareceu pela primeira vez como Eleven. Hoje, aos 21, é uma das figuras mais influentes da Netflix, com títulos como "Enola Holmes", "Damsel" e "O Estado Elétrico". Vive longe da agitação das grandes cidades, casou, adotou uma criança e construiu uma vida estável fora do ritmo frenético de Hollywood. Na série, porém, continua a encarnar uma adolescente de 16.

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Ao lado dela, a evolução do elenco masculino também é evidente. Finn Wolfhard, cuja carreira se expandiu através de "It" e "Caça-Fantasmas", cresceu literalmente em frente ao público. A mudança física e artística confirma-se em cada capítulo.

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Caleb McLaughlin, que já tinha experiência de palco como Simba em "O Rei Leão" na Broadway, destacou-se pela maturidade com que atravessou estes anos de gravação e tornou-se num dos rostos mais sólidos do grupo.

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Gaten Matarazzo vive a despedida com alguma ansiedade. Aos 20 anos, descreve este momento como uma transição natural que acompanha a chegada à idade adulta. Já Noah Schnapp volta a ganhar destaque na temporada final. Fora da série, tem sido alvo de polémica devido a publicações nas redes sociais, entre elas a frase "O sionismo é sexy", que gerou críticas de várias partes do mundo.

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Entre os atores adultos, o impacto do fenómeno foi igualmente determinante. Winona Ryder recuperou protagonismo com o papel de Joyce, embora tenha preferido projetos mais discretos desde então, como "Bitelchús Bitelchús" e "A Conjura Contra a América".

Foto: Frederic J. Brown

David Harbour viu a carreira disparar. Tornou-se protagonista em "Hellboy", integrou o universo Marvel e liderou o filme de ação natalícia "Noite Sem Paz".

Charlie Heaton enfrentou dificuldades após ter sido impedido de entrar nos Estados Unidos em 2017 devido à posse de cocaína. Natalia Dyer, sua companheira dentro e fora de cena, manteve um percurso mais reservado. Joe Keery, por sua vez, afirmou-se em produções como "Fargo", "Free Guy" e "Spree", onde mostrou um carisma que ultrapassou facilmente as fronteiras de Hawkins.

Foto Frederic J. Brown

No grupo mais jovem, Sadie Sink destacou-se como uma das maiores revelações. Brilhou em "A Baleia", afirmou-se na trilogia "Fear Street" e prepara-se para entrar no universo "Spiderman". Vai ainda protagonizar "Romeu e Julieta" no teatro. A participação no videoclipe "All Too Well", de Taylor Swift, ampliou o seu reconhecimento global.

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Um adeus vivido com emoção

O fim das filmagens foi encarado com emoção por todos. Finn Wolfhard e Caleb McLaughlin lembram que só a amizade construída desde o início permitiu crescer sob os holofotes com alguma normalidade. Gaten Matarazzo descreveu o último dia como um momento estranho e marcante. Joe Keery admitiu que tudo pareceu irreal. Natalia Dyer considera que só o grupo compreende verdadeiramente o percurso realizado desde 2016.

Os irmãos Duffer afirmam que a cena final da série foi uma das primeiras que imaginaram quando criaram "Stranger Things". Embora a história destas personagens termine agora, o universo não se encerra. A Netflix já confirmou uma sequela animada e um novo projeto em imagem real. Os criadores trabalham ainda numa história nova, situada no mesmo mundo, mas com personagens diferentes.

Primeiros minutos revelam segredo guardado desde 2016

A plataforma divulgou os cinco minutos iniciais da temporada, que revelam o que aconteceu a Will Byers no momento em que desapareceu na primeira temporada. O jovem enfrenta Vecna antes de o público conhecer o vilão.

O episódio final começa, assim, com respostas há muito aguardadas e a promessa de que o adeus a Hawkins será tão marcante como o dia em que o Mundo Invertido entrou pela primeira vez nas vidas deste grupo.