O antigo porta-voz do primeiro-ministro britânico foi, esta sexta-feira, libertado sob caução depois de ter sido detido por suspeitas de corrupção e escutas telefónicas enquanto foi director do "News of the World".
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À saída de uma esquadra da polícia, no final desta tarde, Andy Coulson afirmou que se apresentou às autoridades "voluntariamente, como queria fazer há vários meses".
Acrescentou ainda aos muitos jornalistas presentes que "havia muita coisa que gostaria de dizer", mas que "não podia".
Também hoje foi detido e libertado sob caução o antigo jornalista do semanário Clive Goodman, o único até agora a ser condenado por esta prática, em 2007, quando foi provado que teve acesso ilícito às caixas de mensagens telefónicas de empregados da família real.
Agentes da polícia revistaram as casas de ambos e os escritórios do Daily Star, onde Goodman trabalha atualmente na edição de domingo.
Andy Coulson demitiu-se em 2007 após quatro anos na direção do semanário, na sequência da condenação de Clive Goodman.
Poucos meses depois foi contratado pelo Partido Conservador para ajudar o líder David Cameron nas relações com a imprensa.
Manteve-se como diretor de comunicações em Downing Street após a eleição de Cameron, mas em janeiro deste ano invocou a "contínua cobertura" mediática relacionada com o anterior emprego para sair do cargo.
O escândalo da escutas do News of the World causou indignação esta semana, depois de ter sido noticiado que, para além de celebridades, artistas ou políticos, terão sido objeto desta prática vítimas de homicídio e familiares de soldados mortos no Afeganistão e Iraque e de vítimas dos atentados terroristas de 2005 em Londres.
Segundo uma oficial da polícia, estão a ser analisados documentos com mais de 11 mil páginas, que possuem mais de quatro mil nomes de possíveis alvos de escuta.
A News Corporation, grupo proprietário do News of the World, anunciou na quinta-feira que o título iria publicar a última edição no domingo devido ao escândalo, que levou várias empresas a retirar a publicidade.