
Foto: Artur Machado/Arquivo
O presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC) manifestou, est sexta-feira, preocupação com o possível fim da distribuição diária de jornais em oito distritos e pediu uma "ação rápida" do Governo que assegure o acesso universal à informação.
"É uma enorme preocupação, porque o acesso universal à informação deve ser um compromisso para manter e o contrato assinado pela VASP com o Governo garante isso", realçou à agência Lusa o presidente da CIMAC, Carlos Zorrinho.
O também autarca de Évora, eleito pelo PS, defendeu que, se a VASP, empresa que distribui os jornais pelo país, "não está em condições de o garantir, é preciso reforçar com essa empresa ou com outra, porque esta é uma prioridade absoluta".
"O Governo tinha colocado como prioridade, com a qual concordo totalmente, o apoio à chegada da informação, por meios físicos, digitais e outros, à população", disse, esperando agora que "haja uma ação rápida que assegure o acesso universal à informação".
Na quinta-feira, a administração da VASP informou que está a avaliar a necessidade de fazer ajustamentos na distribuição diária de jornais nos distritos de Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Viseu, Vila Real e Bragança.
Em comunicado, a empresa admitiu que vive "uma situação financeira particularmente exigente, resultante da continuada quebra das vendas de imprensa e aumento significativo dos custos operacionais, que colocam sob forte pressão a sustentabilidade da atual cobertura de distribuição de imprensa diária".
Nas declarações à Lusa, o presidente da CIMAC alertou que, a concretizar-se a cessação da distribuição diária de jornais em oito distritos, entre os quais o de Évora, "é muito grave para os territórios e para os cidadãos, em particular".
"O não acesso à informação é uma quebra da possibilidade de participação e até de conhecimento e cidadania e prejudica os leitores dos territórios que são menos povoados e que têm menos capacidade de chegar à imprensa de outra forma", frisou.
Por outro lado, sublinhou Carlos Zorrinho, o eventual fim de distribuição "prejudica muitas empresas de comunicação social, que já têm dificuldade, nomeadamente nas suas tiragens, nos seus modelos de distribuição e de negócio".
"Naturalmente, quanto menos robustez financeira tiverem, menos qualidade de informação estão em condições de poder proporcionar", acrescentou.
Também na quinta-feira, o ministro da Presidência afirmou que qualquer solução pública que ajude a assegurar a distribuição de imprensa no território nacional implicará sempre "mecanismos concorrenciais" e não passar cheques a uma empresa em concreto.
A CIMAC agrega os 14 municípios do distrito de Évora.
