A estação pública britânica BBC deu instruções aos jornalistas para utilizarem a expressão "tumultos em Inglaterra" em vez de "tumultos no Reino Unido", de forma a não ferir as susceptibilidades de escoceses, galeses e norte-irlandeses.
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Os actos de violência, que começaram no sábado à noite no bairro londrino de Totthenam, alastraram-se nos dias seguintes a outras cidades como Manchester, Liverpool, Birmingham e Nottingham, todas elas localidades inglesas.
A televisão pública anunciou que ia mudar a forma como designava os tumultos "em reconhecimento da sensibilidade das pessoas da Escócia, País de Gales e da Irlanda do Norte", noticiou esta quinta-feira o diário britânico Daily Telegraph.
"No princípio, conduzimos o nosso trabalho em função do impacto que a notícia tinha em todo o Reino Unido. Por exemplo, o primeiro-ministro do Reino Unido [David Cameron] teve de interromper as férias e convocar o Parlamento", referiu um porta-voz da BBC.
"No entanto, uma vez que os incidentes ficaram confinados a cidades inglesas, decidimos escutar os pedidos dos nossos espectadores", acrescentou o canal.
Na terça-feira, a BBC também mudou a forma de designar as pessoas que estavam nas ruas a participarem nos actos de violência, que passaram de "manifestantes" para "desordeiros".
A BBC utilizou a denominação de "manifestantes" no início dos incidentes, que surgiram depois da realização de uma manifestação pacífica pela morte de um jovem de 29 anos num tiroteio com a polícia.
"Acredito que no princípio era correcto usar a designação de manifestantes, mas com o desenvolvimento dos acontecimentos ficou claro que eram desordeiros e saqueadores, e é assim que devem ser chamados", concluiu o mesmo porta-voz do canal estatal.
A vaga de violência em Inglaterra fez quatro vítimas mortais e mais de 800 pessoas foram detidas pelas forças de segurança.