O antigo primeiro-ministro britânico, Tony Blair, qualificou, esta terça-feira, de "desprezíveis" as escutas telefónicas conduzidas pelo grupo de imprensa de Rupert Murdoch e considera não ter sido um dos alvos por não ter tido telemóvel quando liderava o Governo.
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"Evidentemente que o que aconteceu com estas escutas é desprezível", disse Blair numa conferência de imprensa em Melbourne, na Austrália, em que se fez acompanhar da primeira-ministra australiana, Julia Gillard.
O antigo líder do Governo britânico sublinhou ser importante que a investigação "vá até ao fim para se conhecer o que se passou" com este escândalo, que revelou que o jornal "News of the World", já encerrado, tinha colocado sob escuta o telefone de várias personalidades.
Tony Blair julga, porém, não estar na lista dos políticos que foram vítimas das escutas por aquele jornal, uma vez que não tinha telemóvel quando era líder do Governo, entre 1997 e 2007.
"Quando era primeiro-ministro do Reino Unido nunca tive telemóvel, o que se veio a revelar depois uma vantagem real", disse ao observar que "nunca" pensou que "seria possível ser alvo de escutas".
"Mas francamente não sei", acrescentou.
O antigo líder dos trabalhistas recusou, porém, avançar se considera que Murdoch, nascido na Austrália, deveria abandonar a liderança do seu grupo, o News Corp, ao salientar que esse é "um problema" da empresa.