Conflito no Iraque é o mais mortífero para os jornalistas desde II Guerra Mundial
A guerra no Iraque é o conflito mais mortífero para os jornalistas desde a II Guerra Mundial, com 172 jornalistas mortos, afirma a organização Repórteres Sem Fronteiras.
Corpo do artigo
No dia em que foi morto mais um jornalista no Iraque - Ryad al-Saraï, do canal público Al-Iraqiya -, a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) diz que 230 trabalhadores de órgãos de comunicação, entre jornalistas, colaboradores e outros profissionais, foram assassinados no âmbito de conflitos.
De acordo com a RSF, dos jornalistas mortos 87% são iraquianos, tendo a capital iraquiana, Bagdade, sido o palco do maior número de homicídios, com 77 mortos.
Ryad al-Sarai, o jornalista morto esta terça-feira, nasceu em 1975 e trabalhava na Al-Iraqiya desde 2005, apresentando programas na área da política e da religião e procurando, nestes últimos anos, aproximar os pontos de vista de sunitas e xiitas.
Desde a queda do líder iraquiano Saddam Hussein, foram mortos 15 jornalistas da Al-Iraqiya, assinala a RSF, que reclama a abertura de um inquérito e lamenta "a impunidade que se instalou" nestes casos.
No seu relatório, o terceiro desde 2003, a RSF também sublinha o elevado número de sequestros de jornalistas: mais de 93, dos quais 32 foram executados.
A organização de defesa da liberdade de imprensa faz ainda notar que, "suspeitos de colaborar com os grupos insurgentes, os jornalistas iraquianos sofreram também numerosas detenções durante o conflito, quer pela nova administração do Iraque, quer pelo exército norte-americano".