Grupos de media querem reunir com ministro Leitão Amaro e pedir atuação urgente ao Governo. Concurso público para distribuição de publicações está parado há oito meses.
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Os responsáveis dos sete principais grupos de comunicação social em Portugal que trabalham com publicações impressas juntaram-se à distribuidora Vasp e pediram uma "audiência urgente" ao ministro da Presidência, António Leitão Amaro, que tutela os media. A reunião servirá para "expor em detalhe a gravidade da situação e pedir a intervenção imediata do Governo", como é dito na carta enviada ao ministro, "e encontrar uma solução que assegure a continuidade da distribuição de Imprensa em todo o território".
Os signatários das oito empresas - Domingos Andrade (Notícias Ilimitadas), Francisco P. Balsemão (Impresa), Cristina Soares (Público), Luís Santana (Media Livre), Luís Trindade (Global Noticias/DN), Ricardo Peres (Vicra/A Bola), Eduardo Gradiz (Presspeople) e Marco Galinha (Vasp) - entendem que há grandes regiões do país, nomeadamente no Interior, que correm o risco de deixar de receber revistas e jornais.
A concretização desse cenário, dizem os patrões dos grupos de media, "põe em causa um direito fundamental consagrado na Constituição da República" - o direito a ser informado. A missiva enviada a Leitão Amaro adverte ainda que esta "eventual redução da presença da Imprensa em parte significativa do território compromete a literacia mediática e fragiliza a coesão social e territorial".
Promessa do Governo não avançou
Os grupos de media pretendem demonstrar ao ministro que é imperativo agir com urgência, chamando a atenção para uma promessa do Governo feita pelo então ministro da Presidência, Pedro Duarte: o lançamento de um concurso público para a distribuição de publicações em todo o país. Já nessa altura, Pedro Duarte apontava que "em quatro concelhos do interior [Vimioso, Freixo de Espada à Cinta, Marvão e Alcoutim] já não se pode comprar jornais e revistas".
A distribuidora Vasp avisa que "o aumento contínuo dos custos operacionais, a crise financeira e a continuada quebra das vendas", colocam a empresa "numa situação de grande fragilidade, que põe em causa a manutenção da distribuição em centenas de pontos de venda".