
Islândia é o quinto país a desistir de participar no Eurovisão de 2026, que acontecerá em Viena.
Foto: Fabrice COFFRINI / AFP
O conselho da RÚV (Radiotelevisão Nacional da Islândia) decidiu, esta quarta-feira, que a Islândia não participará da Eurovisão de 2026. O país nórdico junta-se a Espanha, Irlanda, Países Baixos e Eslovénia no boicote ao festival, após a organização do concurso ter permitido, na semana passada, a permanência de Israel.
"A participação da emissora pública israelita KAN no concurso causou recentemente desunião, tanto entre as emissoras membros da União Europeia de Radiodifusão, a EBU [na sigla em inglês], como entre o público", afirmou o diretor-geral da emissora, Stefán Eiríksson, em comunicado. A estação islandesa salientou que, nas diversas reuniões com a EBU, expressou preocupações com a participação hebraica e que procurava soluções.
"Considerando o debate público neste país e as reações à decisão da EBU tomada na semana passada, é evidente que nem a alegria nem a paz prevalecerão em relação à participação da RÚV no Festival Eurovisão da Canção", acrescentou a nota. "Por conseguinte, a RÚV decide notificar hoje a EBU de que não participará no Festival Eurovisão da Canção no próximo ano", destacou Eiríksson.
"O Festival da Canção e a Eurovisão sempre tiveram como objetivo unir a nação islandesa, mas é agora claro que este objetivo não pode ser alcançado", argumentou o representante da RÚV. Uma decisão sobre a realização ou não da próxima edição do Söngvakeppnin, o concurso nacional da Islândia, não foi tomada.
A embaixada de Israel na Noruega disse, na rede social X, estar "desapontada com a decisão da emissora pública islandesa". "'Unidos pela Música' é o lema e o espírito da Eurovisão. A decisão da RÚV contraria totalmente o espírito do concurso", alegou a diplomacia de Telavive.
A Islândia juntou-se, desta forma, a outros quatro países que anunciaram a saída do concurso logo após a decisão da EBU: Espanha, Irlanda, Países Baixos e Eslovénia. Estes rejeitam a participação de Israel na Eurovisão de 2026, que será realizada em Viena, na Áustria.
O maior fator para estas medidas dos países europeus foi a guerra na Faixa de Gaza, que provocou mais de 70 mil mortes em dois anos. A campanha militar hebraica foi classificada como genocídio pela ONU e por diversas organizações não governamentais humanitárias internacionais. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, está a ser investigada pelo Tribunal Penal Internacional, em Haia, e tem um mandado de captura.
