Uma casa cuidadosamente recheada de tralha, concorrentes proibidos de comentarem as provas entre si, um ambiente galhofeiro que vai além das câmaras, um guião 100% escrito pelos apresentadores, um bichinho de tal forma entranhado que nem a produção resiste a fazer apostas. Viagem aos bastidores do programa do momento.
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“Pega em dois concorrentes bem conhecidos de um programa-fenómeno da televisão portuguesa. Junta-lhes o sedutor ‘mau feitio' da primeira influencer portuguesa e a desfaçatez de um humorista que é uma espécie de ‘desenho animado’. Lança-lhes desafios desconcertantes, leva-os à loucura, cria momentos de uma comicidade inigualável. O objetivo é repetir o sucesso estrondoso das últimas quatro temporadas. O tempo começa agora.” Houvesse, no preâmbulo da nova temporada do “Taskmaster”, um envelope à espera de Vasco Palmeirim e Nuno Markl – um coletivo a que Nuno chamaria algo como “Palmeirarkl” (fãs entenderão) –, e não andaria longe disto.
O quinto capítulo do “game show” de origem britânica, que tem sido replicado por todo o globo, estreou na RTP1 a 22 de março. Ana Garcia Martins, Gabriela Barros, Gilmário Vemba e Pedro Alves são agora os protagonistas. O que significa que, ao longo das próximas semanas, vamos vê-los nas situações mais improváveis, a engendrar soluções perfeitamente estrambólicas, a espetarem-se ao comprido, a deitar fumo pelos olhos. E sim, a fazer figuras ridículas, condição obrigatória para todos os que aceitam entrar na luta pelo busto dourado de Palmeirim.
Por agora, recuemos uns meses, até à morna sexta-feira de outubro em que a equipa do “Jornal de Notícias” foi recebida na casa do “Taskmaster”, palco das famosas provas. É uma imponente casa amarela na zona da Amora (Seixal), tem três pisos, um jardim amplo, uma piscina, um saloon, uma cabana atulhada de objetos e utensílios de toda a espécie, uma caravana que lá foi instalada pela equipa da Fremantle, durante a pré-produção.
Ricardo Lima, diretor de conteúdos do programa, lembra que, quando em 2021 começaram à procura de casas, havia duas ou três premissas fundamentais. “Tinha de ser na Margem Sul, para escaparmos à confusão de Lisboa, tinha de ter um jardim grande, para podermos gravar grande parte das provas no exterior, idealmente uma piscina.”
Depois, foi encher o espaço com o máximo de coisas aleatórias que conseguissem encontrar. “Haver uma série de baldes e patinhos em barda era obrigatório, porque são já um símbolo do programa. Além disso, levámos para lá imensas coisas que tínhamos em armazém. E houve pessoas da produção que andaram nas lojas baratas a comprar um bocado de tudo, para encher aquilo de tralha.”
Provocações amigáveis
A casa está habitada durante grande parte do ano, mas, no mês que duram as gravações, fica por conta da produção do programa. São, em regra, 20 dias de filmagens (só de provas), de segunda a sexta, das 9h às 18h, com pausa para almoço, dois dias por episódio, dois concorrentes filmam num dia, os outros três (além dos quatro fixos, há sempre um convidado) no outro. Voltemos àquela sexta-feira morna de outubro, último dia de gravações de provas da quinta temporada.
Gilmário é o primeiro a chegar, traz um fato de treino preto, vem a cantarolar um tema de Paulo Flores, popular cantor angolano. “Essa vida é um poço sem fundo”, entoa. Um verso a que dará vontade voltar mais tarde. Ana Garcia Martins, a incontornável Pipoca Mais Doce, chega pouco depois, traz umas jardineiras coloridas, cumprimenta a equipa, senta-se à conversa com Gilmário, estão ambos numa sala do piso térreo da casa que é uma espécie de camarim improvisado, com sofás, um grande espelho de maquilhagem, vários expositores atulhados de indumentárias para todos os gostos, grandes panos pretos a servir de biombo.
O ator e humorista é o primeiro a sentar-se na cadeira da maquilhagem, poucos minutos e está despachado, depois é a vez de Ana Garcia Martins. “A Pipoca demora uma eternidade”, brinca o angolano.
As provocações amigáveis repetem-se, o ambiente é leve e descontraído, o espírito divertido do programa parece profundamente entranhado nos bastidores. Falam de tudo e de nada, fazem partilhas aleatórias, Gilmário lembra que em tempos, noutro programa, houve um produtor que, para não ter de lhe levar uma banana (a única peça que restava), preferiu dizer-lhe que a fruta tinha acabado. A história arranca uma gargalhada geral. “Volta e meia a conversa é muito filosófica, começamos a falar de um cereal e acabamos a falar no sentido da vida”, conta, com graça. Até porque “há muito tempo para preencher”. E aqui entra uma das regras de ouro. “Quando um grava, o outro tem de ficar aqui à espera, não pode ver nada.” Mais: estão terminantemente proibidos de comentar uns com os outros as performances que têm em cada prova. A ideia é óbvia – ficarem “às escuras” até à gravação do programa em estúdio, para serem apanhados de surpresa e as reações serem totalmente genuínas.
Gilmário é o primeiro a prestar provas, a equipa já se encontra a postos, são três operadores de câmara (um dos quais é o realizador ou o assistente de realização), um responsável técnico pelas Go Pro, duas ou três pessoas da equipa de adereços, uma fotógrafa, uma anotadora, que, com um tablet devidamente protegido, regista dados essenciais à pós-produção, dos tempos a eventuais infrações, dos números cruciais para determinar o vencedor da cada prova a outros perfeitamente irrelevantes, que serão usados como apontamento cómico.
Da equipa que está habitualmente em set fazem ainda parte o diretor de conteúdos e um outro elemento da produção, para o que der e vier. Cerca de dez pessoas, portanto. Que também têm regras importantes a seguir: a primeira é que devem manter-se em silêncio, mesmo que os concorrentes lhes façam perguntas – premissa que, pelo que pudemos constatar, seguem religiosamente; a segunda, mais óbvia para quem acompanha filmagens em movimento, é que quando um protagonista se move, toda a equipa se move também, de forma a manterem-se sempre atrás das câmaras e não aparecerem no plano; a terceira é que não se devem rir – porém, confessam-nos, por vezes torna-se impossível. Já aconteceu até terem de se afastar por segundos, por não aguentarem mais.
Da leveza à fúria num ápice
De volta à ação. “Bola de praia do Gilmário”, anuncia o assistente de realização, antes de bater a claquete, para dar início às gravações, estas ainda sem a presença de Nuno Markl, o fiel assistente do “Taskmaster”. Segundos depois, lá surge o concorrente no horizonte, traz uma espécie de cajado na mão, vem animado como de costume.
“Gosto disto, sinto que houve esforço e dedicação”, atira, ao ver um percurso com cones e barris. O desafio passa por levar a bola de praia a percorrer o trajeto sem usar as mãos, Gilmário não tarda a descobrir uma mangueira, a solução parece simples, mas, já se sabe, no “Taskmaster” qualquer aparência de facilidade tende a ser um engodo. Ao fim de largos minutos, ainda anda ele a correr para trás e para a frente, exasperado por não conseguir que a mangueira tenha pressão suficiente, a gritar com a bola como se ela o pudesse ouvir, a vida a parecer-lhe o tal poço sem fundo. “Andaaaaa”, ordena-lhe.
Às tantas, o angolano chega genuinamente a acreditar que há um dispositivo dentro da bola para a controlar remotamente. Pura teoria da conspiração, diga-se. Ou a certeza de que as provas podem levar o mais relaxado dos concorrentes ao limite da loucura. Mais de 20 minutos depois, e com incontáveis contratempos pelo meio, dá a tarefa por terminada. Um tempo que surpreende os elementos da produção.
A febre do programa entranha-se de tal forma que até entre eles se fazem prognósticos sobre quem será o melhor e pior em cada prova. Escusado será dizer que, com alguma frequência, também eles se espalham ao comprido. Seja porque o maior dos engenhocas vacila num aspeto aparentemente óbvio, ou porque alguém inesperado tem uma ideia de génio. Eis a magia do “Taskmaster”.
Segue-se Ana Garcia Martins, avança radiosa e confiante, minutos depois já está a apelar à produção. “Ajudem-me!”, implora. Do outro lado, só um monumental silêncio. Ela não se fica. “Também não se pode contar com vocês para nada”, atira, entre o humor e o mau feitio. Paga a bola, que não se livra dos insultos. “É para lá filha! Burra!”, grita-lhe, frustrada. Às tantas, já está a bufar, o cabelo anda ali desgovernado, a alça das jardineiras jaz algures sobre o braço, está encharcada, onde é que já vai aquela leveza inicial.
No fundo, a imagem que ilustra na perfeição o resumo que tinha feito ao JN, minutos antes. “Como é que está a ser? Na maior parte do tempo não faço ideia do que estou a fazer. É muito divertido e também é muito stressante. Fico com um camadão de nervos, sinto-me bastante burra, é uma incerteza permanente.”
Para Gilmário, que até já é repetente no programa, não tem sido muito diferente. “Tem sido um misto de alegria e exaustão. Há muitos momentos em que uma pessoa questiona a sua própria existência, em que achamos mesmo que é impossível e temos vontade de dar murros. Houve provas nesta temporada em que achei que ia morrer e outras em que achei que ia matar alguém. Mas, às vezes, também há provas que são uma certificação de inteligência, em que penso 'ainda bem que fui à escola.” Ana Garcia Martins intervém, quase chocada. “Há?!”, questiona. “Nunca te aconteceu?”, replica o comediante. “Nunca!”, responde Pipoca. O tom é de tal forma categórico que roça o hilariante.
Gilmário referia-se, porventura, a uma prova feita nesse mesmo dia no laboratório – uma pequena sala, toda envolta em plásticos, situada no piso de cima da casa – que implicava passar um líquido vermelho de um prato para um jarro, sem descolar o prato da mesa, e recorrendo apenas ao que era fornecido: uma vela, fósforos, flores.
Para ele, a solução foi óbvia e rápida. Bastou lembrar-se das experiências que fazia na escola. Quanto a Pipoca, bem tentou a mesma fórmula, mas sem sucesso. Depois, incentivada por Markl – que, já se sabe, está lá mais para complicar a vida dos participantes do que para ajudar –, ainda arriscou uma solução mais criativa. Só que o plano B não foi brilhante.
A vingança de Ana Garcia Martins serviu-se mais tarde, na prova do alvo, em que tinham de percorrer um trajeto cheio de obstáculos com uma espécie de capacete na cabeça, cheio de tinta, e deslocarem-se até um grande alvo colocado no chão, para o pintar. Tudo com movimentos suaves, ou era certo que chegariam ao destino sem tinta. Pelo meio, um requinte de malvadez do assistente do “Taskmaster”: quando os concorrentes estavam perto do fim, avisava-os que teriam de voltar para trás. E assim os deixava entre a raiva e insanidade. No fim, uma paga à altura: Pipoca encheu-o de tinta e pareceu genuinamente satisfeita por isso.
Minutos de comédia pura
Nada a que Markl não esteja habituado. Há muito se tornou o alvo natural da fúria momentânea dos concorrentes. Com alguma frequência, ajuda até a instigá-la. “Já percebi que tenho um tipo, que são pessoas que odeiam tudo. Já sei exatamente qual é o tipo de coisas que vão fazer a Ana enervar-se e dá-me um gozo tremendo dizer: 'Olha, más notícias’”, admite ao nosso jornal, numa pausa entre gravações.
De resto, cada participante tem a sua forma de levar a coisa e essa heterogeneidade é outra das riquezas do programa. “São todos muito diferentes. O Pedro [Alves] é uma espécie de desenho animado vivo, com uma energia algo perigosa. E depois temos dois veteranos [Gilmário e Gabriela] que, apesar de serem veteranos, ainda conseguem ser surpreendentes. A Gabriela continua a proporcionar momentos de comédia pura e o Gilmário tem aqueles raciocínios inesperados e desconcertantes.”
Naquela sexta-feira de outubro, foram ainda gravadas mais duas tarefas, ambas de equipas (a propósito, como já há de ter percebido se viu a estreia, todas as provas que acompanhámos passaram no primeiro episódio). Numa delas, Ana Garcia Martins e Gilmário tinham de criar uma espécie de mini-novela, mas não se entendiam quanto ao guião: a influencer queria uma narrativa homoerótica, o humorista uma história de suspense que redundava numa queda na piscina vazia.
Para desempatar, pediram a todos os presentes que votassem. O tal registo informal que é uma constante. A outra prova passava por cumprir umas quantas tarefas, numa espécie de versão multitasking: enquanto o faziam, Pipoca tinha de gritar, Gilmário de sorrir, abanar a cabeça e olhar fixamente nos olhos da parceira.
O resultado? Minutos de comédia pura, em que a equipa do JN sentiu na pele a dificuldade de não rir durante as gravações. E afinal, de onde vem a inspiração para as tarefas? Responde Markl. “A maior parte são baseadas nas provas dos ingleses. Mas volta e meia também há provas desenvolvidas por nós e aí o Ricardo [diretor de conteúdos] tem tido um papel muito importante. Posso adiantar que nesta temporada há uma prova que envolve o alfabeto, um desafio físico e simultaneamente mental, que é um trabalho incrível de criação.”
Uma febre multigeracional
Voltámos a encontrar a equipa do Taskmaster menos de um mês depois, desta vez nos estúdios da Fremantle, em Alcochete, para a gravação do segundo episódio. Os concorrentes chegam a meio da manhã, as gravações arrancam depois de almoço, filmam-se dois episódios por dia, cada um leva entre três a quatro horas, praticamente sem pausas e repetições, para que a experiência seja “quase igual à de ver em casa”.
Gilmário está agarrado à guitarra, desta vez canta Matias Damásio, depois Tribalistas, às tantas já todos na sala da maquilhagem cantam também. Lá em baixo, no estúdio (o mesmo em que é gravado “O preço certo”, de Fernando Mendes), dezenas de pessoas aguardam a chegada dos grandes artistas.
Se na primeira temporada, o público era composto unicamente por figurantes, a partir da segunda os fãs passaram a poder inscrever-se para assistir. Desta vez, a procura foi tal que rapidamente tiveram de fechar as inscrições.
Na plateia, há pessoas de todas as gerações, cabelos brancos, homens de mulheres de meia-idade, adolescentes, crianças. Ricardo Lima, da Fremantle, recorda o caso de uma senhora que veio do Norte, com um bebé de cinco meses, para fazer a vontade ao outro filho, também pequeno, que queria ver o programa. Para garantir que ninguém esmorece, há até uma animadora, que vai “aquecendo” a plateia com uma espécie de ensaio geral.
“Ohhhhhhhhh, ‘Taskmasteeer’”, entoa, e o público responde a preceito. Às tantas, os concorrentes vão-se juntando de lado, prontos para entrar no estúdio, a reação do público é imediata, a euforia indisfarçável. Os protagonistas devolvem o carinho, entram a dançar a Macarena, param em frente à plateia, acenam e fazem vénias, há aplausos intermináveis, um carinho difícil de replicar.
“Há uma coisa muito gira de vir a este programa: não há ovação maior do que a do público que vem ver o ‘Taskmaster’”, realça a atriz Gabriela Barros. “Uma pessoa entra neste estúdio a sentir-se o Rocky Balboa, porque há um entusiasmo incrível na sala, e isso é muito fixe. Raras são as coisas em que participamos que têm uma aceitação assim.” Uma euforia que tem reflexo direto na equipa e no tal clima descontraído e galhofeiro que atravessa os bastidores. “Há uma aura de felicidade porque sabemos que estamos a fazer um produto que as pessoas gostam. A partir daí, a diversão é garantida.”
Para o ator e humorista Pedro Alves, foi tudo uma novidade. Boa, diga-se. “Nos primeiros dias das tarefas andei um bocado à toa. E na verdade é a melhor forma de estar neste programa: andar completamente à toa e fazer as coisas como a intuição manda na hora. É largar-se um gajo com 50 anos num jardim com brincadeiras de puto. Obviamente é um programa para entreter, mas nós também nos divertimos imenso.”
O que em parte explica o sucesso estrondoso que o programa tem tido. Com uma audiência média que anda sempre acima do meio milhão de telespectadores – na quarta temporada, chegou aos 674 mil e, já nesta, no episódio de estreia, foram mais de 655 mil as pessoas que viram as programas em direto –, o “Taskmaster” conseguiu até, de quando em vez, destronar os programas da concorrência.
“Qualquer coisa especial”
Para lá dos números, é todo o fenómeno que se tem gerado. “O ‘Taskmaster’ voltou a juntar famílias em frente à televisão, não está cada um em casa no seu ecrã”, orgulha-se Vasco Palmeirim. “Como arranca às dez da noite, e fica tarde para os miúdos mais pequenos, no dia seguinte as pessoas acordam e veem o programa outra vez, todos juntos. Os miúdos adoram, que é uma coisa que eu não esperava, mas que é espetacular.”
Depois, há as festas temáticas, em escolas, em despedidas de solteiro, até em empresas. “A primeira festa de que soube foi uma coisa muito engraçada. Há dois ou três anos, almocei com um amigo que tem três filhos e vive Porto e na altura então perguntou-me: 'Então, Vasco, além do Joker, o que vais fazer?' Eu disse-lhe que ia filmar o ‘Taskmaster’, ele nunca tinha ouvido falar, lá lhe expliquei. Passado uns tempos, mandou-me uma série de fotografias. Quando chegaram a casa do trabalho, os miúdos tinham organizado uma noite de ‘Taskmaster’ para todos, com tarefas que inventaram, um deles era eu, o outro era o Markl, os avós eram o público. Mesmo muito engraçado. Foi a primeira vez em que disse: “Há aqui qualquer coisa especial a acontecer com os miúdos.”
Na verdade, garante, toda a febre que envolve o programa tem sido uma surpresa. “Acima de tudo, quando vi o programa inglês e adorei, o que eu pensei foi: 'Eu quero muito fazer isto com o Markl.' Porque nunca tínhamos trabalhado juntos em televisão. Foi uma coisa quase egoísta, de querer muito fazer isto, porque tinha a certeza que ia adorar. Na altura, nunca pensei que pudéssemos estar aqui a falar de uma quinta temporada.”
E o segredo é... “Ponto um, é um programa bem feito. A segunda coisa é que as pessoas adoram ver os outros a sofrer. E nós gostamos muito de brincar com os sentimentos deles. Às vezes acham que fizeram uma grande prova e no final mostramos aquele pormenorzinho em que falharam e eles revoltam-se imenso. E a terceira coisa é que quem está a ver pensa: 'Se fosse eu, como faria?'”.
A tudo isto junta-se um refinado processo de edição. Até porque, a cada episódio, é preciso transformar 20 horas de gravação em duas. “A regra fundamental é potenciar o fator cómico ao máximo, respeitando os silêncios e os timings de comédia”, esclarece Ricardo Lima. Nesta receita infalível para a gargalhada, há outro ingrediente fundamental: o guião é 100% escrito pelos apresentadores.
Palmeirim escreve um programa, Markl outro, muitas vezes vão na viagem de carro entre a rádio e o estúdio a afinar pormenores, perdidos de riso. Entretanto, em estúdio, a discussão segue acalorada, até um reputado físico é chamado a dissipar dúvidas, A Pipoca fica pior que estragada, insurge-se contra a decisão de Palmeirim, pegam-se todos, a cena torna-se hilariante, o público reage com gargalhadas estridentes.
No fim, os protagonistas juntam-se diante da plateia, Pedro Alves atira doces aos garotos, o público brinda-os com eufóricos aplausos e pedidos de fotos, o “Taskmaster” é mesmo um fenómeno. Cinco pontos para “Palmeirarkl” e companhia.