Um jornalista do Porto Canal foi agredido, esta quinta-feira à tarde, no exterior de uma fábrica de calçado em São João da Madeira, quando se encontrava a fazer reportagem no local. Foi apresentada queixa à PSP e a direção do canal de televisão garante que serão desencadeados mecanismos legais.
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Uma equipa de reportagem do Porto Canal estava a cobrir o despedimento de trabalhadores da fábrica de calçado RAP, em São João da Madeira, à porta das instalações, por volta das 15.30 horas, quando o responsável da empresa chegou ao local e impediu o repórter de imagem de gravar, agredindo-o.
Segundo explicou ao JN a jornalista que o acompanhava, a equipa estava há cerca de 40 minutos no exterior da fábrica, onde se encontravam, além de outros órgãos de comunicação social, trabalhadores que exigiam documentação que lhes permitiria o acesso ao subsídio de desemprego face ao cenário de despedimento anunciado. O responsável pela fábrica terá então aberto a porta das instalações e instado os funcionários a entrarem, tendo estes, face à forma alegadamente contundente como essa indicação foi dada, recusado a fazê-lo sem a presença do sindicato.
Nessa altura, relata a jornalista, o homem gritou para que as televisões parassem de filmar e dirigiu-se ao operador de câmara do Porto Canal, empurrando-o, como mostram as imagens publicadas pela estação. A colega com quem estava em serviço, e que estava mais atrás, não foi agredida. Seguiu-se um momento de grande tensão no local e um homem que estava junto dos trabalhadores, e que fará parte da CDU de São João da Madeira, acabou por ser agredido também e sofrer ferimentos.
O Porto Canal fez queixa das agressões à PSP, que esteve no local.
A direção do canal emitiu, ao final da tarde, um comunicado em que condena "veementemente" as agressões de que a equipa de reportagem foi alvo e se solidariza com os jornalistas. "Serão desencadeados mecanismos legais contra o autor das agressões", pode ler-se na nota, assinada pelo diretor-geral do Porto Canal, Manuel Tavares.
A agressão contra a equipa do Porto Canal acontece alguns dias depois de um jornalista do "Expresso" ter sido agredido num evento universitário com a presença do Chega, na Universidade Católica de Lisboa.