Jerónimo de Sousa classificou hoje, no Porto, como "primeiro acto de contrição" de José Sócrates o facto de o primeiro-ministro se ter mostrado "arrependido" de não ter investido mais cultura.
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"Sócrates baixou da sua arrogância para dizer que talvez tivesse sido melhor fazer algo mais pela cultura. Foi o seu primeiro acto de contrição", afirmou o líder do PCP no início de um jantar com apoiantes da área da cultura e conhecimento.
Jerónimo de Sousa salientou que "quatro anos de PS foram anos de desastre na cultura", tendo o "orçamento baixado para o valor mais reduzido desde que existe um Ministério da Cultura".
"Nunca foi tão extrema a penúria em que vivem os museus, o património construído e outras instituições", destacou, lembrando ainda a situação "mais precária" dos trabalhadores e subordinados
Quanto às promessas agora feitas por Sócrates, "cuja desfaçatez é igual em todas as áreas e vem agora lamentar o que fez", Jerónimo de Sousa acredita que "resta saber se os portugueses o levarão a sério", devendo ser "avaliada a credibilidade do que o PS diz defender".
O líder comunista criticou ainda a "mercantilização da educação e da cultura" pelo poder económico.
Salientou, por fim, as orientações e medidas prioritárias defendidas pela CDU para a cultura, destacando, entre outras, "um ensino artístico de exigência", "o relacionamento cultural entre os povos", a "promoção da língua" e a "protecção social" de criadores.
"Nestas eleições de 27 de Setembro o elemento novo para acabar com um processo de rotativismo e alternância governativa é a CDU pelo que fez e pelo que ambiciona", sublinhou.
Jerónimo de Sousa segue ainda esta noite, após o jantar, para um comício no Parque Basílio Teles, em Matosinhos.