Depois de várias horas de incerteza e de três concertos cancelados, os 30 Seconds to Mars subiram ao palco principal do Alive à meia noite e meia, para delírio dos milhares de fãs que se encontravam no recinto.
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Depois de várias vagas de assobios de protesto, perto das 23.45 horas, a organização anunciou que os espectáculos iam começar. Antes, voltou a pedir a todos os que se encontravam na frente do Palco Optimus para que se mantivessem nos seus lugares.
Ao ouvir a palavra "normalidade", o público voltou lançar assobiadelas e frases de protesto contra os organizadores do festival.
A organização confirmou que os atrasos e cancelamentos se deveram a "reajustamentos na estrutura da linha de palco", pelo que quem se encontrava na primeira linha teve que recuar alguns metros por questões de segurança.
Duas gruas e alguns homens realizaram trabalhos na estrutura superior do palco, na parte da iluminação.
Fonte policial avançou ao JN que foi chamado um destacamento especial da PSP, que fez um cordão com dezenas de agentes em frente ao Palco Optimus, para garantir que ninguém colocava a própria segurança em risco.
Em comunicado, divulgado junto do público, a equipa do Optimus Alive pediu desculpas e ordenou os fãs a recuarem e seguirem "as instruções dos seguranças", para que a produção pudesse "dar início aos trabalhos e, depois, aos espectáculos".
As portas do recinto do Optimus Alive abriram às 15 horas, mas eram muitos os fãs que se encontravam no Passeio Marítimo de Algés desde a manhã. Depois do esforço, que lhes garantiu lugar junto às grades, alguns viram, perto das 18 horas, ser-lhes imposto que abandonassem o lugar conquistado com tanto sacrifício.
Os seguranças começaram a mandar libertar a frente esquerda do palco, justificando-se com questões técnicas, o que indignou os admiradores da banda de Jared Leto. De lágrimas nos olhos ou apenas confusos e revoltados com a situação, recolheram bandeiras, cartazes e mochilas, não sem antes oferecerem alguma resistência.
"Não consigo perceber o que está a acontecer", desabafava Ana Figueira, de 36 anos, desde as 11 horas a marcar lugar na fila de entrada para o recinto.
"Temos que arranjar alguma forma de ficar à frente", desabafava uma rapariga, por entre as muitas frases de protesto ouvidas no Passeio Marítimo de Algés.
Beatriz Sousa, de 17 anos, madrugou para garantir lugar privilegiado, mas viu o desejo cair por terra. Nas imediações do recinto desde as 6 horas, a jovem sentia-se indignada com "a falta de respeito": "Tiveram o dia todo e só agora é que se lembram disto".
No mesmo grupo de amigos estava Tatiana Pereira, de 17 anos, que veio do Porto para ver a banda de eleição e que, logo à entrada, se deparou com confusões e atropelos.
"Houve pessoas a cair à entrada do recinto", conta ao JN, "e mandaram entrar uma das filas primeiro, quando nós estávamos lá há mais tempo."
Os Klepht eram os primeiros a subir ao Palco Optimus, às 18 horas.