Final perfeito do Marés Vivas 2013 para os muitos milhares que lotaram o recinto pela terceira noite consecutiva, o concerto dos Thirty Seconds to Mars foi, acima de tudo, una impressionante manifestação do público português para com a banda norte-americana.
Corpo do artigo
À quinta passagem por solo luso, os autores de "A beautiful lie" não só mantêm o culto como conseguem estendê-lo junto de novos públicos.
Em Gaia foi percetível que o novo disco, "Love, lust faith dreams", não goza ainda da mesma popularidade junto dos fãs do que os primeiros registos, mas o espetáculo aparenta já estar bem oleado, graças ao ritmo quase diário de concertos da atual digressão mundial.
À agitação incontida dos primeiros temas, com destaque para "Birth", "Do or die" e "This is era", corresponderam ainda temas acústicos, que puseram à prova o virtuosismo dos seus membros.
Com a plateia a contar os minutos que faltavam para o início da atuação dos 30 Seconds to Mars, os Klaxons fizeram a vontade às massas, protagonizando um espetáculo mais curto do que se esperaria.
Se há concertos de que não irá ser feita a história do 11º Marés Vivas, o dos Klaxons será por certo um deles. Não por falta de empenho de Jamie Reynolds, James Righton, Simon Taylor-Davis e Steffan Halperin. Mas a ansiedade em torno da muito aguardada atuação de Jared Leto e seus pares terá prejudicado a adesão ao espetáculo.
Em 50 minutos, os Klaxons procuraram mostrar credenciais com o designado indie rock que praticam, mas que,na verdade, se situa mais próximo do rock eletrónico (ou new rave, como a própria banda o apelida). Excetuando a interpretação dos dois ou três 'hits' da ordem, foi um concerto desprovido de grandes picos ou euforia, distante da fama que os precede.
Hinos de gerações
Reencontro familiar há muito esperado num festival com retorno marcado em julho do próximo ano, o concerto de Rui Veloso, este sábado à noite, no Marés Vivas, não poderia ter outro começo que não o já lendário "Porto sentido", sentida ode à sua terra de origem.
"E é sempre a primeira vez em cada regresso a casa", cantou Veloso, desencadeando a primeira das muitas ovações da noite por parte de uma plateia que demonstrou saber de cor as letras.
Ver aqui comentário aos concertos
Num alinhamento que revisitou muitos dos seus principais êxitos, de "O prometido é devido" e "Lado lunar" a "Porto Covo" ou "Primeiro beijo", o padrinho da edição deste ano do Marés Vivas demonstrou que a capacidade dos seus temas chegarem a várias gerações se mantém intacta. Um "feedback" (ou "fio de beque", como reza um dos seus temas) a que nem o artista ficou indiferente.
Pedaço do Alentejo em Gaia
Com um punhado de músicas melodiosas e exemplarmente concebidas, os bejenses Virgem Suta trouxeram um pedaço do Alentejo para Gaia, inaugurando da melhor forma o palco principal no último dia do Festival Marés Vivas.
A versão mais eletrificada dos temas não retirou capacidade de sedução ao espetáculo, em que o dueto (que se apresentou em palco sob a forma de quinteto) foi exímio na capacidade de estabelecer ligação com o público.
A revisitação de "Playback", de Carlos Paião, foi apenas um dos vários pontos altos do concerto.