Com a bem oleada máquina rock dos Kaiser Chiefs, encerrou em alta a segunda noite do Festival Mares Vivas, em Vila Nova de Gaia.
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Particularmente ativo, Ricky Wilson não parou um instante. Andou em ombros, subiu ao mastro e, não satisfeito, ainda foi além da mostra dos principais êxitos, ao revelar novos temas.
O publico ganho de antemão poderia ter levado o grupo a desvalorizar o empenho e a limitar-se a uma simples gestão do tempo. Não foi o que aconteceu, porque os autores de "Off with their heads" quiseram estar a altura das expetativas dos seus muitos correligionários, brindando-os com um espetáculo intenso.
Se a última impressão fosse a mais duradoura, a atuação dos Garbage seria inatacável. A revisitação de "I'm only happy when it rains" satisfez os fãs mas não serviu para conferir nota alta a um concerto em que os momentos mornos foram em número superior ao desejável.
Para tal, terá contribuído o conhecido mau feitio de Shirley Manson, que, irada com o mau comportamento de um espectador, ao qual chegou até a prometer uma sova, se deixou afetar em demasia com o sucedido, parecendo muitas vezes ausente. Some-se a isso o crónico desequilíbrio no reportório do grupo e compreende-se por que razão o concerto não deixou grandes saudades.
Veterania juvenil abre segunda noite de Marés Vivas
Juntas, totalizam mais de meio século de carreira, mas em palco não há sinais de cansaço que atrapalhem The Gun e The Cult, as duas bandas a quem coube a honra de abertura do palco principal na segunda noite do Mares Vivas.
Se aos primeiros não se pode assacar qualquer défice de empenho no modo como procuraram conquistar a plateia, nem sempre com sucesso, foi aos Cult que pertenceram, de longe, os melhores momentos. Muito por culpa de um enérgico Ian Astbury, em muito melhor forma do que sucedeu há dois anos, em Paredes se Coura.
Já não há (como poderia?) as correrias desenfreadas pelo palco, mas, em troca, o britânico aprendeu a dosear as energias, mantendo quase intacta a poderosa voz.
"Tigre velho", como se autointitulou, desfiou os seus principais êxitos diante de uma plateia ecléctica, rendida a uma performance intensa.
Tarde no Palco Moche
Com o arranque dos concertos no palco principal marcado para as 21 horas, muitos foram os que entraram no recinto ao final da tarde. Os fãs mais acérrimos dos Kaiser Chiefs, Cult ou Garbage ocuparam logo as primeiras filas, indiferentes à longa espera, mas a maioria optou por circular livremente, detendo-se nos variados stands.
Quem optou pelo Palco Moche não deu o tempo por mal entregue. Primeiro, os Eleanors encheram o palco com o seu rock efervescente que conseguiu agitar o corpo de muitos.
De regresso após ausência prolongada, o rocker portuense Slimmy também conseguiu nota positiva, graças a temas com um sentido de urgência forte que puseram largas dezenas a dançar.
