<p>A ressaca da noite eleitoral não impediu que centenas candidatos se lançassem, já ontem, segunda-feira, na corrida para as autáquicas. Por todo o país, multiplicaram-se acções de campanha, não obstante o início oficial ser hoje.</p>
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A candidata socialista à Câmara do Porto terá sido das mais madrugadoras. Às 6.15 horas, Elisa Ferreira já estava na estação ferroviária de Campanhã para falar com os que, semanalmente, migram para Lisboa para tentar uma carreira de sucesso.
Ao longo do dia, os candidatos desdobram-se em acções de campanha, mais ou menos simbólicas, mais ou menos populares, num treino de aquecimento para a maratona que hoje se inicia.
Esperam-se numerosas iniciativas, repetidas concelho a concelho, com predominância por acções de rua, em que o contacto directo com os eleitores é a estratégia preferida dos candidatos. As arruadas - acompanhadas de bombos, música ou qualquer outro modo de atrair as atenções, e com distribuição de material propagandístico - vieram para ficar, pela baixa exigência de meios e previsibilidade dos resultados, mas as visitas a feiras e mercados continuam a ser pontos obrigatórios nas agendas de campanha.
Para hoje, está marcado também o início de outra campanha, a "esmiuçada" pelos Gato Fedorento. Arranca António Costa, o socialista que tenta a reeleição na capital; amanhã, será a vez do rival social-democrata, Pedro Santana Lopes.
Aposta na continuidade
A desejada renovação, subjacente à lei que limita a três os mandatos consecutivos, ainda não aconteceu nestas eleições. A esmagadora maioria dos rostos já é bem conhecida dos eleitores. Dos actuais 308 presidentes de câmara, 279 voltam a submeter-se ao escrutínio popular.
Numa clara aposta na continuidade, os partidos preferiram não correr riscos. E, mesmo nos 29 casos em que o actual edil não se recandidata, quase todos os cabeça-de-lista foram recrutados entre os membros da vereação.
Na verdade, só nove dos novos candidatos não ocupa actualmente funções nos executivos camarários. Nalguns casos, a sucessão faz-se mesmo por via familiar. É o que acontece em Celorico de Basto: o candidato é filho do actual autarca e já ocupava as funções de vice-presidente.
Se, este ano, ainda foi possível apostar em investimentos considerados seguros, por já terem vitórias dadas, nas próximas autárquicas, a situação será, obrigatoriamente, diferente. Se venceram as eleições, 188 dos 279 candidatos repetentes não poderá voltar a sufrágio local.