As próximas eleições autárquicas prometem ser as mais disputadas dos últimos 20 anos no concelho de Vila Real. Ao PSD, PS, CDU e CDS junta-se o Bloco de Esquerda, que concorre pela primeira vez desde a sua criação.
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Tornar o concelho mais atractivo para a instalação de novas empresas, o apoio à geração de emprego, a criação de melhores condições de vida para as pessoas e um outro olhar sobre as freguesias rurais são apostas que atravessam os programas eleitorais dos candidatos, embora as ambições não sejam necessariamente da mesma medida.
A lista do PSD é, mais uma vez, liderada por Manuel Martins, que concorre ao quinto e último mandato, porque diz que se sente com "força e coragem" para concluir vários projectos em curso e iniciar outros. E apresenta-se com a mesma equipa de há quatro anos, fiel à máxima de que "em equipa que ganha não se mexe".
É contra esta longevidade autárquica do candidato laranja e contra o que considera ser o seu "desgaste evidente" que se apresenta, como alternativa, Rui Santos, cabeça de lista do PS, confiando que o melhor resultado de sempre dos socialistas em Vila Real, conseguido há quatro anos, seja sinal de que no próximo dia 11 de Outubro poderá colocar um ponto final ao reinado social-democrata de 33 anos.
O jovem Patrique Alves foi escolhido pelo CDS-PP para "melhorar os resultados eleitorais" do partido no concelho de Vila Real, "fazê-lo crescer" e regressar o mais breve possível ao lugar de terceira força partidária, e até recuperar o vereador que perdeu nas eleições de 1997. "Seria óptimo que acontecesse, mas não é o objectivo principal", assume o também vice-presidente da Comissão Politica Nacional da Juventude Popular.
Mas a CDU, que concorre com José Caldeira como cabeça de lista, não quer perder aquele lugar do pódio conquistado na última eleição, e pensa mesmo que a coligação "já devia ter um vereador na Câmara". Porém, o grande objectivo da coligação é "reforçar a presença na Assembleia Municipal" - actualmente José Caldeira é o único deputado da CDU.
Sem nada a perder, mas com a ambição de, pelo menos, conseguir eleger um vereador, bem como representação na Assembleia Municipal, Carlos Gomes lidera a candidatura do Bloco de Esquerda, que se apresenta como "uma alternativa política credível, capaz de substituir a gestão pantanosa em que o concelho se encontra imerso há mais de 30 anos".
Entre os diversos compromissos eleitorais que cada um assume, há um que cruza todos os manifestos: a criação de emprego. E neste âmbito destaca-se o Parque de Ciência e Tecnologia, que a ser implementado poderá significar a criação de cerca de mil postos de trabalho qualificado. Este é um projecto no qual Manuel Martins se diz ter empenhado durante este mandato e promete concretizar se for reeleito.
Esta é também uma promessa de Rui Santos, "para criar emprego e serviços no concelho". José Caldeira entende que "primeiro é preciso saber o que se vai instalar lá para depois concretizar o projecto". Pelo mesmo diapasão afina Carlos Gomes, embora considere o Parque de Ciência e Tecnologia "um projecto de grande interesse". Também o entende assim Patrique Alves, mas recomenda que "primeiro é preciso encontrar as empresas para lá se instalarem".