Cristiano Ronaldo deixou o estádio visivelmente agastado. Quando confrontado pelos jornalistas, foi contundente: "Como explico? Fale com o Carlos Queiroz", disse o jogador português. Entretanto, em comunicado, jogador diz "que se está a criar um caso onde não há caso".
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Cristiano Ronaldo, que esteve longe de fazer o Mundial que chegou a prometer, deixou o estádio Green Point visivelmente agastado. Ao passar na zona mista, espaço em que os jogadores falam aos jornalistas após os jogos, escusou-se a falar. "Não estou com cabeça", desabafou.
Perante a insistência, parou por momentos para responder a uma pergunta: "Como explica aos portugueses este resultado? Como explico? Fale com o Carlos Queiroz", disse Ronaldo, abandonando a zona mista em passo apressado.
Comunicado a pôr água na fervura
Entrentanto, em comunciado, o jogador português disse estranhar a dimensão que tomaram as declarações após o jogo. "Jamais pensei que aquela simples e inocente frase provocasse tanta polémica, por isso peço que não encontrem fantasmas onde eles não existem, porque a realidade é que estão a criar um caso que não é caso", disse Cristiano Ronaldo, citado num comentário publicado no sítio da Gestifute, que gere a imagem do futebolista, na Internet.
"Quando disse para perguntarem ao treinador, foi simplesmente porque Carlos Queiroz estava na conferência de Imprensa e os jornalistas podiam escutar as suas explicações, porque eu não me sentia em condições para explicar o que quer que fosse", pode ler-se no sítio da empresa que gere a imagem do jogador, numa declaração atribuída a Ronaldo.
"Sou um ser humano, estou a sofrer e tenho o direito de sofrer sozinho", argumentou Cristiano Ronaldo. "Sinto-me destroçado, completamente desolado, frustrado e com uma tristeza inimaginável", acrescentou, no texto publicado no sítio da Gestifute.
"Sei que sou o capitão, sempre assumi, como assumirei, as minhas responsabilidades, mas naquele momento não conseguiria dizer mais que três ou quatro frases lúcidas", justificou Cristiano Ronaldo.
Hugo Almeida diz que não estava esgotado
No final da derrota por 1-0 com Espanha, no jogo de acesso aos "quartos", Hugo Almeida procurou ao máximo desvalorizar a sua saída a meio da segunda parte, mas contrariou o seleccionador Carlos Queiroz, que tinha admitido que o jogador estava "esgotado".
"Esgotado? Esgotado não estava, mas o treinador é que decide. Não fiquei surpreendido, mas fiquei chateado. Eu dei tudo o que tinha durante o tempo que lá estive. Penso que estive bem, como a equipa, mas não conseguimos marcar", explicou o jogador do Werder Bremen.
De acordo com Hugo Almeida, a "Espanha foi melhor equipa, já que fez um golo".
"Temos de dar os parabéns à Espanha. Mas nós saímos de cabeça erguida. Ficar nos oitavos de final? Não sabe a nada, isto não tem sabor nenhum", disse.
Hugo Almeida disse ainda que "quando Portugal perde, perdem todos", tentando evitar falar de alegados excessos de individualismo de um ou outro companheiro.
Eduardo, porta-voz da desilusão
"Custou-nos muito a todos. Estamos desolados", disse o guarda redes português Eduardo.
O guarda-redes, melhor elemento português em campo, disse que todos tinham "a ambição e o sonho" de ultrapassar Espanha e chegar aos quartos de final e lamentou alguma ineficácia no primeiro tempo.
"Foi pena o golo, um lance fortuito e que ditou a nossa eliminação. Mas jogámos contra uma grande equipa e a responsabilidade, quando se perde e se ganha, é de todos. Ninguém pode fugir às responsabilidades", frisou.
Deco diz que há bom ambiente entre os jogadores
O médio Deco confirmou que não volta a jogar mais pela selecção portuguesa de futebol, devido a "razões pessoais", como já havia anunciado antes do início do Mundial2010.
No final do embate dos oitavos de final, face à Espanha (0-1), Deco - apenas utilizado na estreia, no empate com a Costa do Marfim - disse não ser esta a "despedida imaginada", mas explicou que, mais importante que isso, teria sido a "vitória de Portugal".
"Infelizmente, não volto a jogar mais, por razões pessoais. Mas eu vou estar sempre a torcer pela selecção e desejo sorte. Além de amigos que deixo, vou sempre torcer por Portugal. Vai estar sempre no meu coração", disse Deco.
O jogador do Chelsea deixou também claro que fica "um bom ambiente na selecção, entre os jogadores".
O jogador, que tinha divergido das opiniões de Carlos Queiroz no final do jogo de estreia, disse que, "se calhar", já não é "importante" para a equipa, mas evitou voltar a criticar quem quer que seja.
"Neste momento não é correto discutir a decisão. Da minha parte nada mudou, depois das primeiras declarações. Pedi desculpa e para mim tudo ficou resolvido. Se houve castigo ou isso, não sei, mas penso que não", finalizou Deco.
Expulsão injusta, diz Ricardo Costa
O defesa Ricardo Costa, expulso por agressão a Joan Capdevila, considerou injusto cartão vermelho dado pelo árbitro durante a derrota lusa perante a Espanha por 1-0, nos oitavos de final do Mundial de futebol de 2010.
"Tentei apenas ganhar posição e, depois, houve um toque no Capdevila. Ele atirou-se para o chão e o árbitro pensou que eu o tinha agredido. Estava apenas a dar o máximo para ajudar a selecção, mas, infelizmente, aconteceu a expulsão", disse Ricardo Costa, de novo utilizado a defesa direito.
O jogador, próximo elemento do plantel do Valência, disse ainda que, "individualmente, as coisas estiveram bem", mas lamentou o afastamento de Portugal. "O colectivo é sempre o mais importante".